Projetos de Supertelescópios Enfrentam Desafios Tecnológicos, Financeiros e Políticos
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada dia (30/08) no site do jornal “O Globo” destacando que Projetos
de Supertelescópios enfrentam desafios tecnológicos, financeiros e políticos.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Projetos de Supertelescópios Enfrentam
Desafios Tecnológicos, Financeiros e Políticos
Três estão em
andamento, com previsão de conclusão para a década de 2020
Por Cesar Baima
Jornal o Globo
30/08/2015 - 6:00
Divulgação/ESO /
ESO/L. Calçada
Ilustrações mostra como deverá ser o E-ELT.
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RIO — Seus nomes
não são lá muito criativos, mas as descobertas que farão têm o potencial de
revolucionar não só a ciência como a filosofia e até a teologia, redefinindo a
noção que a Humanidade tem de seu lugar no Universo. Batizados Telescópio
Europeu Extremamente Grande (E-ELT), Telescópio Gigante de Magalhães (GMT) e
Telescópio de Trinta Metros (TMT), os três projetos bilionários de
supertelescópios óticos hoje no mundo, todos com previsão de conclusão na
década de 2020, têm o potencial de serem os primeiros a encontrar evidências da
existência de vida fora da Terra. E embora não exista uma disputa aberta entre
eles, a primazia neste achado faz com que haja uma corrida informal dos
projetos para superar os desafios tecnológicos, financeiros, políticos e mesmo
religiosos para serem os primeiros a entrar em operação.
No caso do
E-ELT, do Observatório Europeu do Sul (ESO), o projeto sofreu atrasos causados
principalmente pelas dificuldades que o consórcio científico teve em garantir
os recursos para sua construção, orçada em pouco mais de 1 bilhão de euros
(cerca de R$ 4 bilhões) junto a seus Estados-membros. A crise financeira que
atingiu alguns países europeus a partir de 2008 fez muitos deles hesitarem em
se comprometer com o projeto. Mas no fim de 2010 o Brasil surgiu como seu
possível “salvador”, com a assinatura pelo então governo Lula de acordo para se
tornar o 15º e único país não europeu integrante da instituição.
A demora
brasileira em ratificar o acerto, porém, obrigou o ESO a rever várias vezes o
cronograma do E-ELT à espera da contribuição do país, calculada em 270 milhões
de euros (R$ 1,08 bilhão) ao longo de dez anos. Depois de mais de quatro anos
de tramitação, o acordo foi finalmente aprovado pelo Congresso em maio passado,
mas desde então aguarda a sanção pela presidente Dilma. Neste meio tempo, a
Polônia se juntou ao consórcio e as obras começaram. O projeto, no entanto,
acabou dividido em duas fases, com a segunda ainda a depender da adesão formal
do Brasil ao ESO. Agora, o maior dos supertelescópios está previsto para ficar
pronto em 2024.
Divulgação/tmt
Inertnational O / TMT International Observatory
Ilustração do supertelescópio TMT |
— Mas o Brasil é
o principal prejudicado por não ter ingressado mais rapidamente no ESO —
considera Marcos Diaz, professor da USP e presidente da Sociedade Astronômica
Brasileira. — Há um interesse muito grande das nossas empresas e indústrias
brasileiras de participar das licitações do E-ELT e de outros equipamentos do
ESO, mas elas não podem fazê-lo enquanto o acordo não entrar em vigor.
Outro que está
enfrentando percalços no caminho é o TMT. Previsto para ser instalado na
montanha Mauna Kea, no Havaí, que já abriga diversos outros observatórios
astronômicos, o único dos três projetos no Hemisfério Norte também teve
problemas de garantir os recursos necessários para sua construção, orçada em
até US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões). Superado este obstáculo com a
entrada de instituições científicas chinesas e indianas no projeto, ele agora é
alvo de protestos e brigas na Justiça americana por organizações que são contra
sua construção no local, considerado sagrado pelos nativos do arquipélago. Com
isso, suas obras já foram interrompidas várias vezes, mas sua conclusão
permanece prevista também para 2024.
Divulgação/GMT / Giant Magellan Telescope Organization
Ilustração do supertelescópio GMT 6.
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Fonte: Site do
Jornal o Globo - http://oglobo.globo.com
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