IFI da USP São Carlos Contribui na Construção de Telescópio do CTA
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado ontem (06/08) no site da “Agência
USP” destacando que pesquisadores do Instituto
de Física de São Carlos (IFSC) desta universidade paulista participaram do desenvolvimento de
protótipo de equipamento para o observatório “Cherenkov Telescope Array (CTA)”.
Duda Falcão
TECNOLOGIA
Universidade Contribui na
Construção de Telescópio do CTA
Por Da Redação
06 deagosto de 2015
Foto: Divulgação / IFI
Equipamento fará parte do conjunto de observatórios
do
Cherenkov Telescope Array.
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Pesquisadores do
Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP participaram do desenvolvimento
do protótipo do “braço” de aço que sustenta a câmera do Middle Size Telescope
(Telescópio de Tamanho Médio). O equipamento fará parte do conjunto de
observatórios do Cherenkov Telescope Array (CTA), que serão instalados no Chile
e nas Ilhas Canárias (Espanha). O componente foi desenvolvido pela empresa Orbital
Engenharia (Brasil), sob coordenação do professor Luiz Vitor de Souza Filho, do
Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada do IFSC, com o apoio da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Instituto. O
observatório no Chile deverá entrar em funcionamento a partir de 2017, quando
os primeiros equipamentos estiverem instalados.
O CTA é um grande projeto, cujo intuito é medir raios
gamas vindos do espaço e estudar os diversos mistérios de nosso Universo,
incluindo a matéria escura — algo que se sabe que existe, porém não se consegue
enxergar —, formação estelar, produção de partículas em buracos negros, entre
outros fenômenos. Os observatórios serão constituídos por uma centena de
telescópios de três tipos: quatro grandes (24 metros), vinte e cinco médios (12
metros) e outras dezenas de telescópios pequenos (6 metros). Eles serão
instalados no Chile e nas Ilhas Canárias. Em reunião acontecida em Berlim (Alemanha),
especialistas concluíram que as construções vão beneficiar-se das excelentes
condições e qualidades atmosféricas encontradas em ambas as regiões.
Na reunião, também foi apresentado o protótipo do
telescópio médio, chamado Middle Size Telescope, cujo “braço” de aço, que
sustenta a câmera do equipamento, foi desenvolvido no Brasil. O telescópio, que
pesa cerca de 70 toneladas, é formado por uma torre de sustentação, uma
superfície refletora (espelhos) e pelo braço, que pesa quase cinco toneladas e
que tem 16 metros de comprimento. Com o desenvolvimento dessa parte do
telescópio, os pesquisadores brasileiros também tiveram que projetar e elaborar
um dispositivo de ajuste que não encontraram no mercado. Esse mecanismo, que
fica embaixo de três toneladas, serve para ajustar, milimetricamente, a ponta
da estrutura que sustenta a câmera. Em breve, o dispositivo deverá ser
patenteado por meio da Agência USP de Inovação.
Construção de Observatórios
Souza Filho, que
se envolveu com o projeto assim que o conheceu (2008), ministrou diversos
seminários com a finalidade de reunir ainda mais pesquisadores nessa
iniciativa. Hoje, o professor do IFSC é um dos cerca de 20 especialistas
brasileiros que colaboram com a construção dos dois observatórios. “Me envolvi
com o projeto do CTA, porque ele tem um escopo científico muito interessante e
porque tem sobreposição com as pesquisas que temos feito no Brasil”, explica
ele, destacando que o Cherenkov Telescope Array deverá resultar em uma
quantidade imensa de descobertas, revolucionando quase tudo o que já se sabe na
área da astrofísica.
Ele reconhece o desafio e a importância desse projeto
ambicioso. “Não sou especialista em construção de estrutura metálica. Por outro
lado, os engenheiros da empresa brasileira nunca tinham construído um
telescópio. Entretanto, a junção dos nossos saberes resultou em um
desenvolvimento vitorioso. Trabalhar na construção dos observatórios é muito
interessante e desafiador, porque envolve várias visões diferentes para alcançar
um único objetivo”, revela ele, que também sublinha a extrema habilidade que o
projeto exige de todos os membros envolvidos nessa iniciativa.
O docente também relata as complexidades da construção do
braço do telescópio, tendo em vista que, como esses equipamentos ficarão
sujeitos a diversas situações climáticas, foi necessário escolher cada material
com muita cautela, para que suas estruturas não ficassem prejudicadas. “Esses
telescópios ficarão expostos no meio ambiente, então precisarão sobreviver a
temperaturas muito quentes e também muito frias”. Além disso, várias estruturas
estão sujeitas a vibrações, podendo comprometer os telescópios, por isso os
pesquisadores também executaram testes, onde concluíram que o aço é o material
mais adequado para ser utilizado nesses equipamentos, em razão da sua qualidade
e de seu baixo custo.
Até o presente
momento, apenas o protótipo do telescópio médio foi construído. Contudo, os
pesquisadores brasileiros deverão solicitar mais financiamento para que possam
construir as demais estruturas dos telescópios, que deverão ser montados,
inicialmente, no observatório que será edificado no Chile e que deverá estar
funcionando a partir de 2017, quando os primeiros equipamentos estiverem
instalados. Confira um vídeo do protótipo do Middle Size Telescope neste link.
Fonte: Site da Agência USP
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