INPE Nordeste Mapeia Desmatamento da Caatinga
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota publicada ontem (01/05) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que o “Grupo de Geoprocessamento do Centro Regional do Nordeste
(CRN) do INPE”, em Natal (RN), apresentou resultados preliminares do Monitoramento
por Satélite da Caatinga.
Duda Falcão
INPE Nordeste Mapeia
Desmatamento da Caatinga
Segunda-feira, 01 de Junho de
2015
As áreas mapeadas dos Estados de Alagoas e Pernambuco
são as mais desmatadas, enquanto no leste do Ceará e no oeste do Rio Grande do
Norte predomina a Caatinga Preservada. “Os dados revelam que há diferenças na
cobertura vegetal entre mesorregiões dos Estados e, por isso, ainda não é
possível identificar qual é o Estado mais desmatado ou o mais preservado”,
explica Miguel Cuellar, pesquisador do CRN/INPE.
A meta é mapear 30% da área total da Caatinga até o
final de 2015 e apresentar resultados para subsidiar eventuais políticas de
desenvolvimento sustentável no que tange ao uso da terra pelo homem e a
necessidade de conservação ambiental. Os pesquisadores verificam nas imagens de
satélites as mudanças ambientais ocorridas na região e buscam identificar os
principais vetores do desmatamento com base em dados socioeconômicos.
O monitoramento permite conhecer as dinâmicas de
desmatamento da Caatinga associadas a diferentes padrões de desenvolvimento
econômico. Isto quer dizer que, além da delimitação do desmatamento, são
identificadas as principais atividades econômicas que exercem pressão sobre os
recursos naturais”, diz Cuellar.
O monitoramento identifica as seguintes classes:
Caatinga Preservada, Caatinga Degradada, Solo Exposto, Lavoura, Corpos d’água e
Urbano. Com isso, é possível quantificar as áreas de vegetação natural e as
alteradas, delimitando as áreas de produção agrícola, de culturas perenes,
pastagens, entre outras.
Segundo o grupo de Geoprocessamento do CRN/INPE, está
em execução o levantamento de informações de uso e cobertura da terra nas áreas
desmatadas da região para os anos de 2013 e 2014 - devido a cobertura excessiva
de nuvens na região, não é possível realizar o levantamento num só ano.
O monitoramento da Caatinga integra o projeto
“Construindo Nosso Mapa Municipal Visto do Espaço”, que tem como objetivo
mapear a dinâmica de uso e cobertura da terra no Semiárido brasileiro. “São
gerados cinco mapas por município, e o mapa de ‘Uso e Ocupação do Solo’ serve
para conhecer o estado atual da Caatinga”, informa o pesquisador do INPE.
O mapa do desmatamento do bioma Caatinga foi elaborado
a partir da classificação das imagens Landsat-8 de 2013/2014 da região
semiárida dos Estados de Alagoas, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Piauí e Rio
Grande do Norte. As informações estão em escala municipal, o que permitirá
avaliar a mudança ambiental tanto no âmbito municipal quanto por microrregião,
mesorregião e por estado.
Os dados estão disponíveis na página: www.geopro.crn2.inpe.br/desmatamento.htm
Bioma Caatinga
A área do bioma Caatinga, segundo a delimitação do
IBGE (2004), é de 969.589 km², situada entre os paralelos 3° e 17°S e
meridianos 35° e 45°W, e cobre 9,92% do território nacional. A estimativa da
população do Semiárido em 2014 é de 23,8 milhões de habitantes, sendo a região
semiárida mais populosa do mundo. A região conta com um rebanho de 31,2
milhões, sendo que 53% são bovinos. O superpastoreio é uma das principais
causas da degradação da cobertura vegetal.
O bioma Caatinga, composto por diversas formações
vegetais, ocupa a maior parte desta região, sendo um dos poucos com
distribuição restrita ao Brasil. O termo “Caatinga” designa uma vegetação
dominante, que se estende por quase todos os Estados do Nordeste e norte de
Minas Gerais. Esse ecossistema é muito importante do ponto de vista biológico
por apresentar fauna e flora únicas, formada por uma vasta biodiversidade, rica
em recursos genéticos e de vegetação constituída por espécies lenhosas,
herbáceas, cactáceas e bromeliáceas. Estima-se que pelo menos 932 espécies já
foram registradas para a região, das quais 380 são endêmicas.
Entre as atividades a serem desenvolvidas pela equipe
do CRN/INPE estão o mapeamento das áreas de cobertura vegetal natural,
cobertura vegetal antrópica, massas d´água, área natural não vegetada
(afloramentos rochosos, dunas e praias fluviais) e áreas não-observadas (com
cobertura de nuvens e queimadas). Nas áreas de cobertura vegetal antrópica,
serão identificadas pastagens, culturas agrícolas anuais e perenes,
silvicultura, espaços urbanos e mosaico de ocupações.
Além da geração de dados básicos para atender às
demandas atuais relacionadas ao cálculo e modelagem de emissão e sequestro de
gases de efeito estufa, pela dinâmica de uso da terra, os pesquisadores também
querem entender o impacto que as políticas públicas de uso da terra promoveram
no bioma Caatinga. Os estudos podem ajudar a compreender, por exemplo, qual a
relação entre a legislação ambiental e os resultados do monitoramento do bioma
Caatinga, como explica Guilherme Reis Pereira, do CRN/INPE.
O desenvolvimento inicial do monitoramento da Caatinga
apresenta os seguintes resultados preliminares, utilizando os anos de 2013/2014
do satélite Landsat-8:
Caatinga Preservada | Caatinga Degradada | Solo exposto | Lavoura | Água | Urbano |
39,98 | 45,06 | 7,24 | 6,45 | 0,76 | 0,32 |
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE)
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