Sueca SSC Vai Construir Base em Alcântara

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia publicada hoje (05/11) no site do Jornal Valor Econômico e postada no Blog Panorama Espacial do companheiro André Mileski, destacando que a empresa sueca “Swedish Space Corporation (SSC)” irá construir Base em Alcântara.

Duda Falcão

Sueca SSC Vai Construir Base em Alcântara

Por Virgínia Silveira
De Gothenburg e Satenäs (Suécia)
Jornal Valor Econômico
05/11/2014

A SSC (Swedish Space Corporation) vai construir dois centros de lançamento para o foguete brasileiro VLM (Veículo Lançador de Satélites), em Alcântara, no Maranhão, e no Centro Espacial de Esrange, na Suécia. O primeiro passo para viabilizar o plano é assinatura de um acordo de parceria com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), que coordena o desenvolvimento do foguete. A assinatura deve ocorrer em dezembro.

O acordo, segundo o diretor do DCTA, brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva, prevê o intercâmbio de informações e de recursos humanos na área de desenvolvimento e de operações de lançamento, assim como de tecnologias de propulsão espacial e de propelentes ecológicos, entre outros projetos. A parceria, ainda segundo o brigadeiro, é desdobramento de um acordo especial assinado entre as Agências Espaciais do Brasil (AEB) e da Suécia (SNSB), em fevereiro.

A responsável pela área de tecnologia da SSC, Anna Rathsman, disse planeja utilizar o VLM para o lançamento de micro e nanossatélites para o mercado europeu. A executiva afirmou que não tem uma projeção do mercado global para veículos na categoria do VLM, mas que uma estimativa inicial feita pela SSC prevê o lançamento de pelo menos dois foguetes por ano do Centro de Esrange.

Segundo o Valor apurou, por apresentar um baixo custo de produção e de complexidade técnica, além de um ciclo de desenvolvimento rápido, o VLM tem um mercado potencial superior a dez lançamentos por ano.

O diretor do DCTA disse a SSC já definiu o local para a construção do sítio de lançamento em Esrange. "Estudos já feitos por especialistas indicam a existência de um mercado promissor para o VLM, tendo em vista que não existe nenhum outro foguete dedicado para atender a essa faixa de mercado (lançamento de cargas úteis de 120 a 150 quilos)", afirmou.

Os concorrentes do VLM são foguetes de grande porte, que levam pequenos satélites de carona. O VLM teria um custo de lançamento baixo, inferior a US$ 10 milhões. Seu desenvolvimento é feito pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão de pesquisa e desenvolvimento do DCTA, em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que financia parte do projeto, avaliado em R$ 100 milhões.

O próximo passo do projeto do VLM é a contratação da fabricação da parte estrutural do motor foguete, o S50. A empresa CENIC já concluiu o projeto de desenvolvimento do motor. Feito em fibra de carbono, o S50 será o maior motor foguete já construído pelo IAE. A Avibras fez o estudo de viabilidade de carregamento do motor com propelente (combustível).

O DLR utiliza o foguete brasileiro VS-40 para o experimento científico Shefex, considerado o principal programa espacial da Alemanha. De acordo com o DCTA, os alemães querem utilizar o foguete VLM para o lançamento do experimento Shefex 3 (da sigla em inglês Sharp Edge Flight Experiment), que irá testar o comportamento de novos materiais e tipos de proteção térmica necessários para o desenvolvimento de tecnologia de voos hipersônicos e de veículos lançadores reutilizáveis.

O vice-diretor do IAE, coronel aviador Avandelino Santana Júnior, disse que o teste de qualificação em voo do VLM deverá acontecer em dois anos. A fabricação do foguete será feita pelo setor espacial brasileiro. Ele afirmou que o VLM é um foguete configurado para lançar micro e nanossatélites de sensoriamento remoto, experimentos científicos e com aplicação meteorológica em baixa altitude.

A SSC já mantinha um relacionamento próximo ao DCTA desde 2005, por meio da utilização dos foguetes de sondagem VSB-30 (desenvolvidos pelo IAE), que fazem o lançamento de cargas científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade.

Com faturamento de 524 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 71 milhões) por ano e mais de 600 funcionários, a SSC fornece serviços de gestão de satélite e de lançamento de foguetes e balões, além do desenvolver subsistemas para aplicações aeroespaciais.

Fonte: Jornal Valo Econômico via Blog Panorama Espacial - http://panoramaespacial.blogspot.com.br/

Comentário: Notícia bombástica leitor e extremamente positiva caso as expectativas aqui apresentadas nesta matéria da jornalista Virgínia Silveira venham realmente se concretizarem. Agora o VLM-1 e também o desenvolvimento de propulsão espacial verde no IAE contarão com participação da SSC, o que é muito bom. Entretanto fica duas dúvidas, são elas: O quanto a má vontade política do desgoverno DILMA ROUSSEFF irá atrapalhar os planos aqui apresentados? Qual base será construída pela SSC no Maranhão? Do que se trata esta afirmação? Significa a construção de uma nova plataforma de lançamento? E caso sim, por quê? Pelo que sabemos a infraestrutura já existente no CLA foi construída para atender tanto o VLS-1, como o VLM-1 e também VLS-Alfa, e ai incluindo a Plataforma de Lançamento e sua Torre Móvel de Integração (TMI). Gostaríamos de agradecer ao leitor Ubiratan pelo envio desta positiva e esperançosa notícia.

Comentários

  1. Vale a pena ter um pouco de cuidado ao avaliar as consequências dessa informação.

    Além da questão já levantada pelo Duda, de que em princípio não é necessário construir nada além do que já existe lá em Alcântara para lançar o VLM, que tipo de participação vai ser essa?

    Se não forem tomadas medidas de salvaguarda, corremos o risco de ver o VLM fabricado na Suécia vir a concorrer com o fabricado aqui no futuro.

    De resto, tomara que dê certo, e o projeto do VLM finalmente avance de fato, pois se formos continuar contando com o "governo" ou com o pessoal que já está acomodado e fica apenas assistindo todo esse descaso, nunca vai sair do papel.

    A mim parece que como os Suecos tratam isso com seriedade, eles "encheram o saco" de esperar o Brasil fazer, e resolveram, como bem disse aquele representante da FIFA, dar um "chute na bunda" do Brasil para que esse projeto finalmente ande, porque ELES precisam desse foguete. E como o projeto já existe, é mais fácil viabilizar esse projeto aqui do que começar um do zero lá.

    É ridículo, que a necessidade de um outro país é que vai fazer esse projeto andar, mas menos mal assim. Vamos torcer para que esse "governo" que já não ajuda, ao menos não atrapalhe, e que aqueles diretamente envolvidos, exerçam o seu DEVER de fiscalizar todo o processo e não deixar passar mais essa chance.

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    1. Concordo.

      A construção de uma nova base de lançamento deve ser para que os preparos de lançamento do VLM (logística e autorizações) sejam mais rápidos.

      Sobre a produção de VLM em um outro país, acredito que não é possível, pois há restrições sobre transferência de tecnologia de mísseis e foguetes.

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  2. O que deve chamar MUITO a atenção de todos, é o último parágrafo do artigo:

    "Com faturamento de 524 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 71 milhões) por ano e mais de 600 funcionários, a SSC fornece serviços de gestão de satélite e de lançamento de foguetes e balões, além do desenvolver subsistemas para aplicações aeroespaciais".

    E aí eu pergunto: enquanto a SSC fatura mais de 70 milhões de dólares por ano, nós pobres contribuintes brasileiros, continuamos sustentando essa estrutura caduca.

    E pasmem: em 2013, o Gabinete de Auditoria Nacional da Suécia, concluiu em um estudo, que "o investimento espacial sueco é distribuído entre várias organizações que funcionam como chaminés sem comunicação real entre elas e nenhuma ambição comum". Enquanto cerca de 1 bilhão SEK (158 milhões USD) são gastos anualmente em iniciativas espaciais suecas, o relatório da auditoria exige um adicional do governo na "supervisão da Agência Espacial Europeia (ESA) e uma revisão da estrutura e missão do Swedish Space Corporation" (Wikipedia).

    Ou seja, apesar do faturamento, eles não estão nada satisfeitos, e pretendem melhorar ainda mais. Isso é um governo sério de um país sério atuando !!!

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  3. Realmente o que parece melhor dessa notícia é o interesse concreto dos suecos no projeto, inclusive em financiar. Além disso, eles já falam em pelo menos dois lançamentos por ano do foguete para os interesses suecos. Isso já seria uma grande vitória. Parece um sonho o Brasil lançar dois foguetes lançadores de satélites por ano. Se derem certo, podem vir outros mais contratados por outros países.

    Abs

    Eduardo

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    1. A entrada dos suecos no projeto me parece mais um importante sinal da aproximação entre nossos dois países.

      Existe uma questão fundamental que viabiliza o VLM, mais até que o VLS que se chama 'demanda de mercado'. Na medida em que um projeto vira um produto isso dá outro status ao programa.

      Outra questão que, inclusive, o blog hoje noticiou: a participação da indústria nacional neste projeto. Há coisas que as empresas privadas, como conhecedoras e partícipes de estrutura de mercado, gerem melhor que uma instituição militarizada como o IAE/DCTA, jamais desmerecendo a capacidade técnica do nosso grande instituto.

      As expectativas são animadoras. Brasil, Alemanha e, agora, Suécia, juntos para repetirmos o sucesso do VSB-30!

      Saudações.

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  4. " A COMPETÊNCIA DE UMA BOA PARCERIA AMPLIA OS HORIZONTES. E A EDUCAÇÃO FICA A VER NAVIOS ? "

    N o século XXI a tendência no mundo do mercado de lançamentos de veículos para satelizar os micros e nanossatélites é promissora e oportuna. Não existindo a contento empresas que supram esse objetivo especifico. Será uma ótima oportunidade para conquistar e ganhar um pedaço de um mercado inovador.
    O trabalho na formação de mão de obra especializada deveria ser executada e abordada com devoção junto á mídia falada, televisionada e escrita, tendo como público alvo, A JUVENTUDE ociosa brasileira, que estão limitados aos ensinamentos e módulos já ultrapassados nas escolas. Nota-se que nos programas dos governos, dirigidas as atividades escolares, 99% dos programas educacionais , estão voltados as apresentações: folclóricas , esportivas , teatrais e carnavalescas . 1 % deste estudo observacional , representa os diminutos programas científicos que são exibidos nos canais televisivos , e justamente nos horários indevidos.
    As mudanças das estratégicas dessa iniciativa em construir essa área nova de lançamentos, configuram uma tomada de decisão “ CORRETA “ e “ ACERTIVA”.
    Representa o “KIT” para a salvação do tempo perdido do nosso PEB, um novo horizonte está surgindo. Projetos mais arrojados e desafiadores irão surgir , onde suprirar as nossas necessidades para a conquista definitiva do espaço. Abrangerá uma nova estratégica emergencial para a disseminação na educação, visando a formação dos futuros engenheiros e técnicos. Possibilitara o aumento gradual da capacidade de gerir tecnologias de ponta, o nivelamento da capacidade de desenvolver , projetar e construir motores maiores, “full” líquidos.
    Por está excelente decisão, e de grande momento para as pretensões do PEB: os dirigentes da AEB, devem repensar sobre os reais objetivos da identidade da agência; ABOLIR de vez a empresa ACS, aproveitando sua estrutura física. Reorganizar a estrutura das atividades já desenvolvidas para encaixar no novo conceito a ser surgido. Identificar as habilidades adquiridas que possam ser aproveitas futuramente. Buscar a recuperação dos conhecimentos específicos adquiridos, para não se tornarem obsoletos a nova tecnologia a serem empregadas.
    Embora nosso PEB, já tenha um crescimento razoável, ao mesmo tempo, instável, os amigos do DLR e tantos outros parceiros sérios, não nos abandonaram! Sabendo eles que o mal , NÃO ESTÁ CONTIDO nos técnicos e engenheiros do CTA-IAE, mas de algumas células malignas que bajulam os governantes corruptos e mal intencionados.

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    1. "Nota-se que nos programas dos governos, dirigidas as atividades escolares, 99% dos programas educacionais , estão voltados as apresentações: folclóricas , esportivas , teatrais e carnavalescas . 1 % deste estudo observacional , representa os diminutos programas científicos"

      Essa cultura carnavalesca do brasileira me dá asco.
      Quando vejo o enorme carnaval principalmente nas "cidades carnavalescas" do Brasil me dá ímpetos de violência.

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  5. Duda isso me parece uma grande confusão feita pela reporter. Não faz sentido ter duas bases de lançamento do mesmo foguete com uma expectative de 2 lançamentos por ano. Além disso, há uma mistura com relação ao VLM1 e o ShefexIII. O veículo para lançar o ShefexIII são os 2 primeiros estágios do VLM1 e não o veículo inteiro (que é um satelizador). O experimento ShefexIII não entra em órbita.
    Tem havido muitas informaçoes estranhas desde o Inova defesa. As empresas fazem propostas alegando parcerias (inexistentes) que não são checadas pela FINEP. Agora surge essa de possíveis clientes (grandes). Isso precise ser confirmado. Até onde sei a SSC negou a informação. Mas seria bom q fosse verdade.

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    1. Olá Sr. Heisenberg!

      Foi o que eu achei. Parece que a jornalista Virgínia Silveira fez uma pequena confusão. Realmente é preciso lembrar aos nossos leitores de que a Missão VLM-1/SHEFEX III (prevista até onde sei para ser lançada da Base de Alcântara) será uma missão suborbital, ou seja, não atingirá a órbita terrestre. O senhor está certo, ainda não houve uma confirmação oficial nem do DCTA, nem da SSC sobre a veracidade desta notícia. Entretanto, a jornalista Virgínia Silveira é uma profissional muito bem informada, e sendo assim vamos aguardar os acontecimentos.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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  6. Prezados,

    Realmente, a coisa está bastante confusa, mas a origem disso lá na fonte, é que os suecos estão querendo um lançador com capacidade de colocar satélites em órbita, e os lançamentos para órbita polar, ocorreriam do centro de lançamento de Esrange, e os demais daqui de Alcântara.

    E mais uma vez, em teoria a infra hoje existente no CLA serve tanto para o VLS quanto para o VLM, sendo apenas para esse último usada uma mesa de lançamento diferente (mais simples), não havendo necessidade de construir nada.

    O link da notícia original de 2013, é este:

    Orbital launches from ESRANGE (Sweden)?

    Abs.

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