Balões Caçam Partículas no Ar Para Estudar Formação de Chuva na Amazônia
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (03/11) no site da
“Agência FAPESP”, destacando que Balões caçam partículas no ar para estudar
formação de chuva na Amazônia.
Duda Falcão
Notícias
Balões Caçam Partículas no Ar Para
Estudar Formação de Chuva
Por Heitor Shimizu,
de Washington
03 de novembro de 2014
(foto: Marcelo Chamecki)
Pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos investigam
aerossóis e regiões com e sem poluição na Amazônia para
entender sua influência
na formação de nuvens.
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Agência FAPESP – Um projeto de pesquisa
internacional que investiga os aerossóis resultantes das emissões de
hidrocarbonetos e sua influência na formação de nuvens e de chuva na Amazônia
foi apresentado por seus coordenadores no simpósio FAPESP-U.S. Collaborative Research on the Amazon,
realizado nos dias 28 e 29 de outubro em Washington, nos Estados Unidos.
O projeto integra a campanha científica Green Ocean
Amazon (GOAmazon), programa do Departamento de Energia (DoE) conduzido em
parceria com a FAPESP e com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Amazonas (FAPEAM).
Os pesquisadores estudam, no projeto denominado Goble (de
GOAmazon Boundary Layer Experiment), aerossóis secundários presentes
tanto em ambientes limpos como em ambientes poluídos na Camada Limite
Atmosférica (CLA) da Amazônia.
Aerossóis são materiais particulados presentes na
atmosfera, que podem vir de fontes primárias – sejam elas naturais, como
poeiras de desertos ou erupções vulcânicas, ou antropogênicas, derivadas de
queimadas ou combustão fóssil – ou de fontes secundárias, resultantes
de mecanismos de condensação de produtos gasosos, como aerossóis de sulfato, de
nitrato ou orgânicos.
O projeto – coordenado por Celso von Randow, do
Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), e por Marcelo Chamecki, professor na
Pennsylvania State University, nos Estados Unidos – visa estudar o
ciclo de vida de aerossóis secundários e vem sendo conduzido em duas regiões na
Amazônia Central: uma com ar e paisagem de floresta primitiva e outra próxima à
cidade de Manaus, que é influenciada pela poluição. A pesquisa
integra o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas
Globais.
Os pesquisadores utilizam torres e balões para medir a
distribuição vertical dos aerossóis e de núcleos de condensação de nuvens na
CLA. Um dos objetivos do projeto é entender melhor como a cobertura florestal
pode influenciar a formação de nuvens, especialmente como o ar da camada limite
é injetado na camada de nuvens, e como esses processos são alterados sob a influência
da poluição de uma cidade como Manaus.
“Além das torres de fluxo, utilizamos balões presos em
cordas, o que representa um aspecto muito interessante do projeto, uma vez que
isso permite fazer uma ponte para cobrir a lacuna entre as medidas da superfície,
feitas nas torres, com as obtidas pelos balões”, disse Randow.
“Estamos investigando o perfil completo dos aerossóis
pela CLA e trabalhamos com modelagem computacional para analisar o transporte
turbulento desses elementos pelas camadas de nuvens”, disse.
Os pesquisadores têm realizado medições com balão em uma
área denominada T1 pelo projeto GoAmazon, ocupado por floresta primitiva. O
balão pode atingir 1.800 metros de altitude. Em breve, será adquirida uma
segunda unidade, para medições em outro sítio. Eles também têm usados outros
instrumentos – como anemômetros sonoros, para medir a
turbulência – e combinado medições obtidas por outros projetos, de
modo a conseguir resultados mais completos.
“Muito desse esforço é feito para entender a estrutura da
turbulência na floresta, isto é, como a floresta realmente influencia o fluxo
de ar por entre as copas das árvores e acima delas. Como queremos compreender
melhor a química atmosférica e a formação de aerossóis, temos feito muitas
medições. Instalamos sensores para ozônio, monóxido de carbono, dióxido de
enxofre, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos. Temos também medido aerossóis
e como essas partículas se tornam os núcleos de condensação das nuvens”, disse
Randow.
“Com o balão, avaliamos ainda as condições termodinâmicas
na Camada Limite Atmosférica. Os resultados de todas essas medições são
combinados com simulações computacionais em alta resolução, o que permite
estudar o ciclo completo dos gases e partículas na CLA, desde a emissão até o
transporte para a camada de nuvens”, disse.
Randow destacou que outro resultado importante do projeto
Goble está na formação de pessoal, uma vez que mais de 20 estudantes estão
envolvidos. Os resultados do projeto também serão usados no Modelo Climático
Brasileiro, que vem sendo desenvolvido pela comunidade científica brasileira.
Leia mais em:
Fonte: Site da Agência FAPESP
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