Inventor dos Pequenos Satélites Visita INPE e ITA

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada ontem (24/03) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que inventor dos pequenos satélites visita o INPE e o ITA.

Duda Falcão

Inventor dos Pequenos Satélites Visita INPE e ITA

CCS com Agência Brasil (EBC)

Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Jordi Puig-Suari fala sobre a tecnologia
dos picos satélites da sede da AEB.

Brasília, 24 de março de 2014 – Desde sábado (22) está no Brasil a convite da Agência Espacial Brasileira (AEB) o pesquisador da Universidade Politécnica da Califórnia (Cal Poly), Jordi Puig-Suari, apontado como uma das maiores autoridades internacionais no desenvolvimento de satélites de pequeno porte – os picossatélites.

Puig-Suari é, ao lado de Bob Twiggs, o inventor dos nanosatélites. Professor de engenharia aeroespacial ele vem ao país para fazer a revisão crítica dos satélites de pequeno porte que estão em construção e que, a partir de junho, serão colocados em órbita: o NanosatBR1, o AESP-14, o Projeto SERPENS, o ITASat, e o UbatubaSat.

Nesta segunda-feira (24), ele visita os Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ambos em São José dos Campos (SP). No ITA, o engenheiro também profere a palestra A Importância dos Satélites de Pequeno Porte: passado, presente e futuro.

Com peso entre um e cinco quilos, os nanosatélites têm diversas aplicações. Em geral, são usados para sensoriamento remoto por meio de fotografias de alta resolução, para a coleta de dados meteorológicos e hidrográficos, de desmatamento, de irradiações atmosféricas e também para várias experiências científicas.

Os pequenos satélites têm vantagens em relação aos satélites de grande porte, disse Puig-Suari à Agência Brasil. “Antes de tudo, têm menor custo e, pela menor dimensão, é mais barato, fácil e rápido colocá-los em órbita. São mais fáceis de serem operados e, o mais importante: têm uma engenharia de sistema mais integrada”, explicou.

Apesar de pequenos, os nanosatélites incorporam todas as partes dos grandes satélites: antenas, comunicação por rádio, sistema de controle de energia, painel solar, estrutura (uma espécie de esqueleto do satélite), computador de bordo, sistemas de posicionamento e de propulsão. “A diferença é que todas elas estão em apenas um compartimento”, destaca o engenheiro.

Esse modelo de satélite pode fazer de tudo, tanto para fins comerciais, como científicos e industriais. A agência espacial norte-americana NASA e o setor agropecuária do país usam bastante esse tipo de tecnologia. “E a tendência é que esse uso seja cada vez maior [nessas e em outras áreas]. Até porque as tecnologias estão cada vez menores”, explica Puig-Suari.

Vantagens – Geralmente, os nanosatélites são mais baratos também por não usarem equipamentos específicos para satélites, e sim aqueles que são encontrados com mais facilidade no mercado. Eles não são feitos para durar muito mais tempo do que os satélites de maior porte, mas apresentam melhor custo-benefício.

“Esses satélites tornam o acesso ao espaço mais simples. São mais fáceis de serem construídos e é mais rápido lançá-los. Com isso, o projeto avança mais rapidamente e, no caso do SERPENS [Sistema Espacial para Realização de Pesquisas em Experimentos com Nanossatélites], isso ajudará na capacitação de estudantes”, acrescenta o pesquisador.

O estímulo a estudantes é o que mais empolga o coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da AEB, Jean Robert Batana. “O Projeto SERPENS vai desmistificar a cultura espacial das universidades que têm o curso de engenharia aeroespacial. Os resultados e conhecimentos estimularão mais instituições, fazendo com que o Brasil entre em um novo patamar da atividade espacial”, ressalta Batana.

A velocidade com a qual as tecnologias são desenvolvidas é outro ponto que favorece os satélites de pequeno porte, podendo, inclusive, diminuir as diferenças com outros países já que, com elas, novos pontos de partida surgem a todo momento.

Empreendedorismo - “Vislumbramos, em um futuro próximo, vários jovens criando pequenas empresas para fornecer componentes e estruturas ao mercado. E vamos recuperar um pouco da inteligência perdida em Alcântara”, acrescenta Batana se referindo aos técnicos e engenheiros mortos em 2003 no acidente com o Veículo Lançador de Satélite (VLS). Segundo ele, esse projeto envolve mais de 100 estudantes de diversas universidades federais do país.

O satélite do Projeto SERPENS está sendo produzido na AEB e tem custo de R$ 3 milhões – valor que inclui os gastos com o satélite, quatro estações em terra (postos de comando) e 20 sensores que enviarão dados e se comunicarão com o satélite a partir de diversos pontos espalhados pelo país. A verba inclui também a instalação de um laboratório de pesquisa na AEB.

“Começamos com esse projeto em agosto de 2013, e o lançamento será feito em um intervalo menor do que um ano”, comemora a professora da Universidade de Brasília (UnB), Chantal Cappelletti, especialista em projetos de sistemas espaciais e coordenadora do Projeto SERPENS.

Dos nanosatélites em desenvolvimento no país, o primeiro a ser lançado é o NanosatBR1, programado para 19 de junho, por um foguete russo. Ele testará o comportamento de placas e circuitos eletrônicos em ambiente espacial, fará experimentos científicos de medição da ionosfera para auxiliar estudos sobre meteorologia e telecomunicações, entre outros.

Os demais satélites serão colocados em órbita a partir de setembro, por meio de uma parceria com o Japão, a partir da Estação Espacial Internacional (ISS). Todos estão em fase de produção em diversas universidades e institutos de pesquisa como a Federal de Minas (UFMG), de Santa Maria (UFSM), UnB, Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o ITA e o INPE.


Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)

Comentário: Bom leitor, primeiramente gostaria de parabenizar a AEB por considerar num contexto geral essa iniciativa muito positiva, isto é, se for conduzida como está sendo divulgada (coisa que não acredito), mesmo ela servindo indiretamente como propaganda desse desgoverno desastroso. Entretanto, a falta de cuidado da CCS da AEB na divulgação das notícias por ela gerada, começa a gerar estragos em outras matérias criadas por outros órgãos de imprensa como nesta nota da Agência Brasil. Volto a insistir, não existe satélite UBATUBASAT, já que o nome do picosatélite em questão é “Tubesat TANCREDO 1”, sendo UBATUBATSAT o nome do projeto que inclusive já está desenvolvendo outro picosatélite chamado TANCREDO 2. Outra coisa, de onde a AEB tirou a informação de que nanossatélites pesam de 1 a 5 quilos? Esta informação está errada, já que segundo a classificação adotada internacionalmente nanossatélites pesam de 1 a 10 quilos (veja a classificação nessa nota postada no blog em 2009). Outra notícia que me causou calafrios foi o fato o ITASAT-1, ou como eles chamaram, ITASat, ser incluído nessa iniciativa como se fosse um nanosatélite, já que pelo que sabemos o satélite universitário ITASAT-1 é um Microsatélite com peso aproximado de 50 kg, não se encaixando assim na classificação de nanossatélites. Mas enfim... não é de agora que esse órgão de notícias da AEB vem cometendo erros que prejudicam ainda mais a imagem de nosso programa espacial. Vale dizer também que a expectativa aqui apresentada de que num futuro próximo vários jovens criarão pequenas empresas para fornecer componentes e estruturas ao mercado é muito bonita no papel, mas na vida real as coisas não são tão simples assim. É preciso entender que para que um programa espacial seja autossustentável, viável economicamente e exitoso, seja no Brasil ou em qualquer parte do mundo, a participação governamental gerando demanda e recursos que façam o setor espacial do país funcionar, é de fundamental importância para qualquer país que se aventure nessa fronteira tecnológica.  Programa Espacial só funciona se houver uma continuidade (demanda) que permita todos os playes envolvidos, seja no setor público, privado ou educacional trabalharem de forma contínua e integrada, caso contrario o resultado alcançado não pode ser diferente do que estamos vendo há décadas no Programa Espacial Brasileiro. O resto é conversa fiada para boi dormir. Aproveitamos para parabenizar publicamente a equipe do Projeto SERPENS pela conquista alcançada. Desenvolver e lançar um nanosatélite (caso seja mesmo lançado no período previsto)  em menos de um ano, é um resultado extraordinário mesmo a nível internacional, demonstrando com isso que a decisão da UnB em trazer a Dra. Chantal Cappelletti, entre outros especialistas estrangeiros, estava correta. Parabéns a todos vocês.

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