Os Caças Militares e as Bóias de Alcântara
Olá leitor!
Seguindo com a demonstração de como é grave e antigo o problema
da espionagem no país, vou apresentar agora para você o segundo artigo da série
de três artigos escritos recentemente sobre esse assunto. Este segundo artigo foi postado dia (29/07)
na coluna “Armazém do Zé” do site da “Fundação Educacional e Cultural
Metropolitana de Belo Horizonte”, escrito que foi pelo Sr. José Alves.
Duda Falcão
ARMAZÉM DO ZÉ
Políticas de Defesa
Os Caças Militares e as Bóias de
Alcântara
José Alves
Metropolitana
BH
29/07/2013
Uma das bóias apreendidas perto de Alcântara; nelas estavam equipamentos de telemetria,que podem captar e enviar dados. |
Neste momento em que o governo brasileiro decide a
estratégica compra dos caças militares e que a escolha técnica afunilou para
três marcas, uma francesa, uma sueca e outra estadunidense, já era esperado que
a grande mídia caça-níqueis arrendasse sua opinião para os interessados no
bilionário negócio. Contam que certa vez Assis Chateaubriand, o velho Chatô,
dono dos Diários Associados e “Imperador do Brasil”, em uma roda da Alta
República, num momento de euforia etílica, exibiu a mão direita em forma de
concha e vangloriou-se: “o único político brasileiro que não comeu por esta mão
foi o capitão Luiz Carlos Prestes”.
Chantagem e pirraça sempre foram usadas como armas
eficazes na relação da grande mídia com a política. Afinal foram estas armas
que levaram Getúlio Vargas ao suicídio.
Para desanuviar a cortina de fumaça sobre o assunto dos
caças militares recorremos a uma matéria jornalística solitária e de
pouquíssima repercussão publicada pela Folha de São Paulo em 02/02/2009, sob o
título “Bóias “suspeitas” cercam base de foguetes
brasileira”.
Ali lemos:
“A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) investiga a
possibilidade de espionagem e até mesmo risco de sabotagem no programa
brasileiro e ucraniano de lançamento de foguetes. Recentemente, a agência
elaborou relatório reservado, ao qual a Folha teve acesso, sobre equipamentos
de telemetria (que podem captar, enviar e processar dados à distância)
instalados em bóias apreendidas em praias que cercam o CLA (Centro de
Lançamentos de Alcântara, Maranhão), no dia 11 de outubro do ano passado. É a
terceira vez que a agência encontra o mesmo tipo de aparelho nos arredores de
Alcântara.
Essas bóias são utilizadas para pesca em alto-mar, na
localização de cardumes, mas têm capacidade de interferir nos sinais de
navegação dos foguetes se para isso forem programadas, de acordo com a Abin. O
equipamento foi submetido à análise do Instituto de Pesquisas da Marinha, no
Rio. A hipótese de que o equipamento pode ter sido utilizado para interferir
nas comunicações entre os foguetes e a base de Alcântara não foi descartada.
Os técnicos do instituto também ressaltaram o fato de
Alcântara estar muito distante das rotas de pesca em alto-mar. Eles trabalham
agora numa perícia mais aprofundada.”
A matéria da FSP cita trechos do relatório acessado: “A
agência tem monitorado o aparecimento de bóias em intervalos de dois em dois
anos, nas praias do CLA. Elas são acionadas por controle remoto via satélite e
têm capacidade de enviar, transmitir e medir frequência, além de possuírem
espaço suficiente para abrigarem corpos estranhos; estão equipadas com bateria
de longa duração e painel solar”.
“Há de se estranhar a presença dessas bóias no local
porque a região não tem indústria pesqueira, não está na rota de barcos que as
utilizem para tal, elas não se deslocam para muito distante de onde são
colocadas e, no entanto, só são encontradas nas praias próxima ao CLA, apesar
dos quilômetros de praias existentes no Maranhão”, continua o documento.
Segundo a matéria da FSP, até hoje, nenhuma empresa no
Brasil ou no exterior reclamou os equipamentos encontrados pela Abin.
“Caso isso ocorresse” referindo-se à interferência na
telemetria dos foguetes, “não seriam prejudicados apenas os eventuais
lançamentos a partir de Alcântara, mas também se colocaria em risco a execução
de operações de rastreio de veículos espaciais estrangeiros – serviço prestado
pelos centros de lançamento de Alcântara/MA e Barreira do Inferno/RN”, continua
o relatório.
A matéria da FSP dá mais detalhes:
“As bóias encontradas em outubro são de dois fabricantes
diferentes, um espanhol e outro japonês. O modo de transmissão de dados do
primeiro é via satélite. O do segundo, por ondas VHF e/ou UHF. Agentes da Abin
envolvidos na investigação ressaltam que, em casos de espionagem, é comum a
adaptação de aparelhos normalmente empregados em outras finalidades para
camuflar a ação clandestina.
O CLA é um dos locais em que a Abin promove um trabalho
preventivo de proteção do conhecimento nacional. A agência tem adotado medidas,
em conjunto com dirigentes de centros de pesquisa, empresas estatais e até mesmo
em companhias privadas, para tentar impedir que tecnologias desenvolvidas no
país sejam alvo de espionagem ou sabotagem.
Além das bóias de pesca, a Abin levanta suspeitas também
sobre a presença de muitos estrangeiros na região do CLA, uma área pobre, com
pouca atividade e infraestrutura turística. Em 2006, o Grupo de Trabalho da
Amazônia, coordenado pela Abin, produziu um relatório que abordou o tema.
O documento informa que, segundo fontes da polícia
estadual do Maranhão, havia 116 estrangeiros no dia 15 de maio daquele ano em
Alcântara, quando membros do GTA visitaram a base de lançamentos.”
O relatório da ABIN levanta outra situação apurada:
“Não foi possível saber quais as atividades que
desenvolviam, tendo em vista que não haveria atividade no Centro de
Lançamentos. Os altos índices de exclusão social presentes na cidade de
Alcântara deixam a comunidade que ali reside exposta e fragilizada a tentativas
de aliciamento e recrutamento por parte de ONGs e agentes a serviço de países
que muito teriam a perder com os sucessos dos lançamentos da Base de
Alcântara”.
A matéria jornalística enfatiza a suspeita de sabotagem,
tomando o imenso cuidado de não citar especificamente a explosão do Veículo
Lançador de Satélites, VLS, que vitimou vinte e dois dos principais cientistas
e técnicos brasileiros envolvidos no projeto:
“A Abin ainda não conseguiu esclarecer se os aparelhos
instalados nas bóias estavam em operação durante lançamentos feitos da base de
Alcântara.
No dia 19 de julho de 2007, por exemplo, período
intermediário entre duas apreensões (2006 e 2008) dos equipamentos, o CLA
lançou o foguete VSB-30. O teste foi parcialmente bem-sucedido. O foguete
percorreu o trajeto estipulado e o chamado módulo útil pousou no mar, mas o
equipamento não foi encontrado após o lançamento, como previsto.”
Segundo a mesma matéria, na época, o CLA informou que,
“durante a queda, houve oscilações no sinal de telemetria, o que dificultou o
resgate do módulo após o lançamento”.
A partir do incidente da explosão do VLS o governo Lula
decidiu pela construção de uma parceria estratégica com a Ucrânia, tendo sido
criada a empresa binacional brasileiro-ucraniana denominada “Alcantara Cyclone
Space”, cuja presidência foi entregue ao ex-ministro de Ciência e Tecnologia
Roberto Amaral, ligado aos quadros do Partido Socialista Brasileiro, PSB, da base
governista. Esta empresa trabalha em dobradinha com outra empresa que agrupa os
remanescentes do projeto do VLS anterior, formada em sua maior parte por
oficiais militares oriundos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ITA,
sediado em São José dos Campos, SP.
Mas a pergunta precisa ser respondida: quem teria o
interesse de sabotar a busca brasileira de autonomia tecnológica? Qual é o país
que tem tecnologia e estrutura voltada para tal? É bom que saibamos as
respostas, pois quem tem tais atitudes não pode estar sendo sincero quando
promete transferir tecnologias que irão permitir a autonomia de um país que
busca ser soberano.
Fonte: Site da Fundação Educacional e Cultural Metropolitana de Belo Horizonte
Comentário: Pois é leitor, e a série continua na
segunda-feira com o ultimo artigo sobre essas atividades no Brasil, fruto da
ineficiência, da estupidez, da incompetência, da omissão, do populismo e da
corrupção de uma classe política incapaz de gerir os rumos de uma nação que tem
200 milhões de habitantes, sendo a sétima economia do planeta e o quinto país em
extensão territorial. Mas fazer o que? Essa é a nossa realidade e continuará
sendo por muito tempo, pelo menos até que a sociedade brasileira reflita e se
mexa para fazer as mudanças culturais necessárias, pois só assim formaremos
melhores políticos e um novo país. Gostaríamos de agradecer ao leitor baiano Tassio
Bruno pelo envio desse artigo.
hummm....muito estranho
ResponderExcluirClaro que há espionagem,claro que há nações que não querem uma concorrência de peso como a da base de alcântara que tem excelente localização,essas boias interferem sim nos sinais,as circunstâncias apontam para isso e a explosão do VLS tá entalada na garganta até hoje,é uma história mau contada até hoje pelo próprio governo.Pode ser que o acidente seja mesmo por causa da falta de investimentos adequados do governo obrigando os técnicos fazerem muito com pouco,más seja como for,na gerencia dos projetos ou por sabotagem o Brasil precisa acordar e aprender fazer direito,ser competente e eliminar as brechas de segurança ou seremos vítimas de nós mesmos,dos estrangeiros ou ambos.
ResponderExcluirEnquanto todos ficam mais preocupados com novelas, futebol e bandalheira a situação não vai mudar..infelizmente. O Brasil precisa acabar e recomeçar, mas com login e senha de acesso apenas para pessoas decentes.
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