Novo Radar Vai Melhorar Vigilância da Floresta na Amazônia
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (08/08) no “Portal
TERRA” destacando que um novo radar do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) em parceria com a Agência Espacial Japonesa (JAXA) irá
melhorar a vigilância florestal na Amazônia.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Novo Radar Vai Melhorar Vigilância
da Floresta na
Amazônia
Deutsche Welle
08 de Agosto de 2013 - 15h31
Áreas que antes eram reconhecidas por satélites de
maneira limitada em época de chuva agora vão ser captadas por um radar a partir
do fim do ano. Imazon afirma que nova tecnologia não vai controlar o
desmatamento.
O sistema de vigilância do desmatamento em tempo de real
na Amazônia, o DETER, vai ganhar um reforço. Até o fim do ano, o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, vai colocar um radar em operação para
detectar as áreas com mais precisão. Isso quer dizer também que a cobertura de
nuvens não irá mais restringir o trabalho de monitoramento.
O radar vai a bordo do Alos 2, que será lançado pela
Agência Espacial Japonesa, JAXA, parceira do Brasil. E vai trabalhar com uma
frequência chamada Banda L, adequada para a detecção do início do desmatamento.
A promessa é de controlar 90% das áreas de risco de degradação. Segundo Dalton
Valeriano, coordenador do sistema, o DETER oferece atualmente dados ao IBAMA
com uma margem de erro menor que 10%.
O DETER começou a operar em 2004 e os sensores utilizados
desde então já estão obsoletos. "O satélite tem uma resolução fixa de 250
metros de distância. Caso ele tente fazer mais que isso, há uma perda total da
qualidade das imagens. Por isso, resolvemos utilizar o radar", disse.
O radar capta mais áreas de desmatamento e de degradação,
pois sua capacidade não se limita com o aparecimento de nuvens. No caso do
satélite, a vigilância é feita com clareza em épocas de seca. Quando chove, o
controle é mais difícil e o processo de entrega da relação de dados é mais
longo. O atraso também influencia negativamente qualquer tentativa de controle
do desmatamento.
Avanços Tecnológicos
O sistema de vigilância em tempo real orienta a
fiscalização na Amazônia. Desde sua criação, ele contava com um satélite de
imagens compostas – chamado de mosaico MODES – de difícil precisão, por captar
todas as sombras de nuvens ao redor da possível área desmatada. Em 2005, o
DETER passou por uma evolução. O satélite contava com um sensor de imagens de
reflectância. O tempo entre a última análise e confecção do relatório oficial
entregue para o governo passou a ser de um mês.
A partir de 2008, entrou em ação o sensor Rapid Respost,
usado pela NASA para a captação de queimadas. Com esse tipo de tecnologia, o
relatório de imagens registradas está sempre disponível no mesmo dia – e o
tempo de entrega dos dados para a análise do IBAMA reduziu pela metade.
Desde 2011, a seleção das melhores imagens e os
relatórios finais do INPE são entregues no mesmo dia. "O sistema melhorou
tanto que nós só não estamos entregando hoje as imagens de ontem porque nós
paramos aos fins de semana", adicionou Valeriano em entrevista para a DW
Brasil.
Vigilância Confiável
Sobre a confiabilidade dos dados captados e das imagens
selecionadas pelo DETER, Valeriano admite que o programa deixa algumas lacunas.
O DETER é "inconfiável para o mapeamento anual", relata. O radar
seria um complemento para o satélite já existente – a checagem de todas as
informações antes que elas se tornem oficiais é fundamental.
O INPE reúne todos os dados captados pelo DETER e entrega
ao Land Sat, responsável por uma segunda comparação, antes que os dados sejam
transferidos para o IBAMA. "Na Amazônia não tem jeito de fazer uma imagem
em larga escala limpa de nuvens. Mas até que o governo libere as informações
como oficiais, nós temos um mês para fazer comparações e reduzir as margens de
erro", conta.
Imazon Vigilante
Só em junho último, o Imazon identificou 184 quilômetros
quadrados de desmatamento na Amazônia Legal por meio do SAD, sistema parecido
com o DETER. A organização não governamental trabalha de forma independente. O
número representa um aumento de 437% em relação a junho de 2012. De agosto do
ano passado a junho de 2013, a degradação totalizou 1.838 quilômetros
quadrados.
Segundo Alberto Veríssimo, pesquisador e cofundador do
Imazon, a utilização do radar não deve frear o desmatamento. "Pelas análises
do SAD, a estimativa é de que o desmatamento aumente em 80% nos próximos anos.
Mas o Brasil está com a luz de alerta ligada. O país ainda tem instrumentos
para controlar esses números. É importante que o governo corrija algumas falhas
que cometeu do ano passado para cá, para que a redução contínua do desmatamento
seja uma realidade", refere-se ao aumento da destruição recente da
floresta depois do anúncio do menor índice, em 2012, desde o início do
monitoramento.
Em 2004, o corte da floresta atingiu 28 mil quilômetros
quadrados, o equivalente à área da Bélgica, segundo os dados do SAD. Em 2010, o
número reduziu para sete mil. Já em 2012, a área desmatada caiu para 4.800
quilômetros quadrados. Sobre as eventuais diferenças entre os dados do Imazon e
do INPE, Veríssimo comenta: “O SAD tem uma maior constância na captação.”
Mesmo com a previsão do Imazon, Valeriano se mantém
otimista e acredita que as novas tecnologias serão capazes de vigiar com
eficiência a floresta. "Para o futuro, os sistemas vão estar mais
aprimorados e com uma captação bem maior. Se todos os satélites estiverem em
funcionamento, pode haver uma abrangência total das áreas não observadas. E nós
estamos nos adaptando para acompanhar essa evolução."
Fonte: Portal Terra - 08/08/2013 -
http://noticias.terra.com.br/
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