Os Riscos Para Lançamento do Satélite CBERS em 2013

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo opinião postado no “Jornal do SindCT” de abril de 2013, jornal esse editado pelo “Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de C&T (SindCT)” destacando os riscos para o lançamento do Satélite CBERS-3 em 2013.

Duda Falcão

Opinião

Os Riscos Para Lançamento do CBERS em 2013

CBERS 3: falhas nos conversores DC/DC

Jornal do SindCT
Abril de 2013

A detecção de falhas em alguns conversores de energia do satélite CBERS-3 durante sua campanha de integração na China, levou à suspensão das atividades de montagem e teste do satélite no início do ano.

Desde o mês de março, o INPE vem realizando testes térmicos com os equipamentos e componentes sobressalentes do lote de conversores DC/DC que apresentou problemas.

Os resultados obtidos, entretanto, não foram nada animadores. Enquanto as normas técnicas aplicáveis exigem que nenhum componente de um determinado lote deixe de funcionar quando submetido a testes ambientais, vários componentes (incluindo um equipamento) não resistiram e falharam.

Apesar destes resultados, setores do governo (incluindo a AEB e o próprio MCTI) continuaram pressionando nos bastidores para que o lançamento do satélite não fosse mais adiado.

No início de abril, uma delegação brasileira, composta por representantes do INPE e da AEB, esteve na China para apresentar os resultados dos testes realizados no Brasil, bem como discutir com os parceiros chineses como proceder diante desta situação.

Na ocasião, duas possibilidades foram consideradas: 1ª) adiar por tempo indeterminado (no mínimo dois anos) o lançamento do CBERS-3, até que todos os componentes que vêm apresentando problemas fossem substituídos por outros fornecidos por outro fabricante, ou 2ª) implementar apenas as correções estritamente necessárias nos equipamentos considerados “vitais” para a missão do satélite, de forma a viabilizar o lançamento do mesmo até o final de 2013.

Ao final, acabou-se optando pela segunda alternativa, mas, na verdade, ambas apresentavam seus riscos.

Caso se optasse por um adiamento muito longo do lançamento, de forma a viabilizar a substituição completa dos componentes que vêm apresentando falhas, poderia haver à necessidade de substituição ou retrabalho de outros equipamentos do satélite, que teriam suas vidas-úteis atingidas, tornando o prejuízo ainda maior.

Por outro lado, a opção de se substituir ou reparar apenas os equipamentos “vitais” do satélite, além de não reduzir significativamente os riscos de falha, poderá levar o satélite a cumprir apenas “parte” de sua missão. Ou seja, a opção parece ter se baseado na teoria do “mal menor”.

Sabe-se que a AEB já assinou contratos complementares com as empresas que fornecem equipamentos para o CBERS para que implementem o retrabalho e testes necessários. Também se sabe que o acordo firmado entre o Brasil e a China para se lançar o CBERS-3 este ano pressupõe uma total revisão do projeto do satélite CBERS-4, de forma a não se transferir também para este satélite os riscos detectados no CBERS-3.

Fato é que até o momento o futuro da parceria entre Brasil e China na área espacial, que já dura mais de duas décadas, continua incerta e dependerá fundamentalmente do sucesso, ainda que parcial, da missão do CBERS-3.

Caberá ao INPE, por sua vez, fazer uma profunda avaliação deste programa, de forma a evitar que problemas como estes voltem a se repetir.


Fonte: Jornal do SindCT - Edição 22ª - Abril de 2013

Comentário: Pois é leitor, ta aí o imbróglio com o satélite CBERS-3. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, ou seja, como disse o autor do artigo acima, a questão agora é buscar a solução do “mal menor”, já que o estrago já foi feito e não tem mais jeito. É extremamente lamentável estarmos passando por esse transtorno com esse satélite, sendo fundamental nesse momento identificar onde foi que o instituto errou, evitando assim que novos erros como esse sejam cometidos. O Brasil não lança um satélite no espaço desde 2007, sendo que esse satélite já tem um atraso de pelo menos uns cinco anos e o fim de seu desenvolvimento não foi como que se esperava, e pior, pode ainda acabar em um tremendo fracasso.

Comentários

  1. Dizer mais o que?

    Se os chineses pararem pra pensar, eles vão é descartar o Brasil da sua lista de "clientes" para lançamentos.

    Afinal, um país que não lança um satélite desde 2007. Que raio de cliente é esse?

    ResponderExcluir
  2. Tai um programa para se por um fim. Depois desse fiasco todo nada mais do que vier acontecer vai gerar frutos a esse país, depois de anos de cooperação aprendemos o que com o chineses além de montar satélite com peça defeituosa estrangeira? qual o beneficio para a nação alem da geração de imagens da terra e outros serviços que qualquer outro satélite comercial pode fazer? Se depois de duas décadas de cooperação ainda dependemos de terceiros para concluir um satélite com tecnologia totalmente dominada por nosso sócio chinês então tem algo errado nessa sociedade.

    ResponderExcluir
  3. É isso que da ficar comprando componentes importados quando poderíamos produzir nossos, próprios acessórios, alem de pagar um absurdo, ainda temos que depender de outros para efetuar seu lançamento. A vergonhosa falta de interesse do governo em investir nos nossos cientistas, criar tecnologias próprias, temos que ficar nos humilhando e pedindo pelo amor de Deus que os outros nos ajude a resolver nossos problemas. durante tantos anos não conseguimos construir uma turbina com tecnologia 100% nacional, fabricamos aviões mais compramos turbinas americanas, fabricamos Helicópteros, mais compramos turbinas americanas, como pode ser isso? Fabricamos satélites mais compramos componentes da Texas instrumentos, e da siemns, compramos ccd importado nem isso fabricamos, painés solares conversores DC/DC DC,AC tudo importado dispositivos de armazenamento de dados importados Antenas importadas baterias dos satélites importada,que Raio de satelite Brasileiro é esse?

    ResponderExcluir

Postar um comentário