Experimento Brasileiro Investigará as Radiações Solares
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (04/04) no site da
“Agência FAPESP”, informando que um experimento
do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam) da Universidade
Presbiteriana Mackenzie de São Paulo (SP) irá investigar as mais enigmáticas
Radiações Solares.
Duda Falcão
Especiais
Experimento Brasileiro Investigará as
Mais Enigmáticas Radiações Solares
Por José Tadeu Arantes
04/04/2013
Divulgação
Equipamento destinado a detectar emissões com frequências superiores a 1 trilhão de Hertz será levado a 40 quilômetros da superfície terrestre por balões estratosféricos |
Agência
FAPESP – Um
equipamento brasileiro, para medições da radiação solar na faixa de frequências
dos tera-hertz (1 trilhão de Hertz ou 1012 Hz), correspondente a
comprimentos de onda inferiores a 1 milímetro, será enviado em breve a 40
quilômetros da superfície terrestre, em voos de longa duração a bordo de balões
estratosféricos.
O
experimento, denominado Solar-T, destina-se a explorar um dos aspectos menos
conhecidos e mais enigmáticos da atividade do Sol. No estudo das emissões
solares, a faixa dos tera-hertz (THz) do espectro eletromagnético, situada
entre as micro-ondas e o infravermelho próximo, foi praticamente desconsiderada
até recentemente.
“Imaginava-se
que ela fosse pouco importante, abrigando eventualmente apenas a radiação
proveniente de fenômenos de origem térmica. Mas descobertas relativamente
recentes, realizadas nas frequências de 0,2 THz e 0,4 THz, mudaram essa
concepção”, disse o coordenador do experimento, Pierre Kaufmann, do Centro de
Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam) da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, à Agência FAPESP.
As emissões
em tera-hertz, associadas a explosões solares, foram detectadas pelo
radiotelescópio solar para ondas submilimétricas operado em El Leoncito, nos
Andes Argentinos. E, por seu ineditismo, essa descoberta causou grande
perplexidade e agitação entre os cientistas.
“Ela deu
início a uma década de enormes esforços teóricos e experimentais voltados para
a elucidação do fenômeno. Foi por isso que dedicamos de oito a nove anos à
concepção e à construção do Solar-T, em colaboração com o Centro de Componentes
Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Observatório
Solar Bernard Lyot, de Campinas-SP”, comentou Kaufmann.
A suposição
é que as emissões em tera-hertz, ou “radiação T”, como às vezes são
chamadas, decorram de mecanismos de aceleração de partículas a altos níveis de
energia, antes insuspeitados.
Uma das
hipóteses é a de que as emissões sejam produzidas por elétrons
ultrarrelativísticos [acelerados por campos eletromagnéticos até velocidades
próximas à da luz]. “Outras cogitações relacionam sua origem com o
decaimento de píons, produzindo pósitrons de alta energia”, disse Kaufmann.
O Solar-T,
que poderá ajudar a elucidar esse mistério, é, basicamente, um sistema de
fotômetros – medidores de intensidade de fótons. Ou melhor, um aparato composto
por: dois fotômetros; coletores; filtros para bloquear radiações de frequências
indesejáveis (infravermelho próximo e luz visível), que poderiam mascarar o
fenômeno; fontes de alimentação; e sistema de telemetria, para o envio de
informações à Terra por ondas de rádio, valendo-se da rede Iridium de
satélites.
“O Solar-T é
um telescópio quase rádio e quase óptico. Não forma imagens, como os
telescópios ópticos, mas detecta e mede radiações cujas frequências situam-se
entre o limite superior do rádio (micro-ondas) e o limite inferior da luz
visível (infravermelho)”, resumiu Kaufmann.
A
necessidade de lançar o equipamento à estratosfera se deve ao fato de a
atmosfera bloquear quase toda a radiação tera-hertz recebida pela Terra. “A
interpretação do mecanismo de produção da radiação T depende da maior obtenção
de dados relativos a essa faixa do espectro. E a atmosfera terrestre é
altamente opaca a ela”, disse.
“Em El
Leoncito, conseguimos explorar duas pequenas ‘janelas’, nas frequências de 0,2
THz e 0,4 THz. Mas precisamos investigar frequências mais altas. O Solar-T vai
operar em 3 THz e 7 THz e observar todo o disco solar, detectando qualquer
pequena variação decorrente de explosões que venham a ocorrer em pontos
localizados”, explicou Kaufmann.
A pesquisa coordenada
por Kaufmann tem apoio da FAPESP por meio de Auxílios à Pesquisa Projeto Temático e Regular.
Transporte
em Balões
Uma
alternativa ao uso de balões estratosféricos é enviar o Solar-T a bordo de
satélites. Porém, se isso ocorresse, o que se tornaria “estratosférico” seria o
custo do experimento.
Uma segunda
opção é transportar outra versão do Solar-T a locais em grande altitude, muito
secos e frios, como, por exemplo, o Altiplano do Atacama, para observar a
radiação em “janelas” atmosféricas de frequências tera-hertz. Essa opção não
está excluída, mas apresenta difíceis exigências de infraestrutura.
Segundo
Kaufmann, o transporte em balões terá para o experimento brasileiro um custo
praticamente zero. Devido ao alto impacto de artigos publicados em revistas
científicas e ao sucesso de apresentações em conferências, os pesquisadores
brasileiros receberam o transporte como oferta de colaboração.
“Acolhemos
dois convites: um, para um voo de 7 a 10 dias sobre a Rússia, em colaboração
com o Instituto de Física Lebedev de Moscou; o outro, para um voo de duas
semanas sobre a Antártica, em cooperação com a Universidade da Califórnia em
Berkeley”, disse.
Como esses
balões gigantescos levam a bordo vários equipamentos, com cargas totais da
ordem de 8 a 12 toneladas, e o aparato brasileiro pesa apenas cerca de 60
quilos, as datas de lançamento podem sofrer alterações para a compatibilização
dos cronogramas dos diferentes experimentos. A missão sobre a Rússia está
prevista para julho ou agosto de 2014. E a missão sobre a Antártica, para o
verão 2015-2016 no hemisfério Sul, precedida de voo-teste de um dia sobre o
Texas, no ano anterior.
No voo sobre
a Antártica, o Solar-T será instalado junto ao experimento de raios gama GRIPS,
da Universidade da Califórnia em Berkeley, que tem seu próprio sistema
automático de apontamento e rastreio do Sol. O balão será lançado e recuperado
na base norte-americana de McMurdo, situada na ilha vulcânica de Ross, próxima
à costa antártica.
Segundo
Kaufmann, o voo sobre a Rússia, lançado de Kamchatka, no extremo leste da
Sibéria, e recuperado em Volgogrado, requererá uma gôndola para o rastreio
automático do Sol, desenvolvida e construída em colaboração com a Universidade
da Califórnia em Santa Bárbara.
“As missões
do Solar-T em balões estratosféricos devem ser realizadas, necessariamente, em
curto prazo, para aproveitar, nos próximos poucos anos, a fase cíclica de
intensificação da atividade solar, na qual as explosões se tornam mais
frequentes”, disse Kaufmann.
Fonte: Site da Agência FAPESP
Comentário: Bom, bom, muito bom mesmo, e demonstra que
podemos, é só uma questão de criatividade e atitude. Parabéns ao do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam) da
Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo (SP), a seus professores,
alunos e pesquisadores por essa iniciativa demonstrando que mesmo com o governo
que temos existem soluções até mesmo com ajuda internacional de realizarmos
pesquisas científicas na atmosfera. Sensacional, estou vibrando e vou
acompanhar esse projeto.
" 100% NACIONAL"
ResponderExcluirO CEFAB parabeniza as equipes de GRANDES BRASILEIROS que fazem o orgulho do BRASIL da (U.P.M.S.P.),do Centro de Radioastronômia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM), em que desenvolveram o (SOLAR-T). Olha Duda! não duvido nada se os (U.S.A.) oportunistas, se já estão de olho na equipe. O assunto que investigará as mais enigmaticas radiações solares, é o "CALCANHAR DE AQUILES" para as viagens espaciais!
Sugiro que o inusitado grupo entre em contato com a outra grande pleíades de brasileiros que estão desenvolvendo o programa ASTER, para estudo real de possibilidades em escala reduzida, para compor tal satélite de pesquisa em espaço profundo.
Com tudo que se passou de negativo, fico extremamente feliz em saber que tem grandes mentes no BRASIL.
Com isso, mais que nunca, faz um grande sentido para todos, "há mais coisa sob o sol que sonha nossa van filosofia".