Satélite Brasileiro Estudará Buracos Negros

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada hoje (08/04) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que o Brasil construirá satélite para estudar Buracos Negros.

Duda Falcão

Ciência

Satélite Brasileiro Estudará Buracos Negros

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
08/04/2012 - 13h10

O primeiro satélite astronômico brasileiro já teve sua configuração definida. A informação é do cientista responsável pela missão, que está sendo planejada para voar em janeiro de 2017.

"Os instrumentos já estão completamente definidos", diz João Braga, pesquisador do INPE (Instituto Nacional de Ciências Espaciais), em São José dos Campos.

Batizada em homenagem ao físico brasileiro Cesar Lattes (1924-2005), a espaçonave é o ponto culminante do primeiro esforço de desenvolvimento de satélites científicos conduzido pelo Brasil.

Originalmente, o que veio a se tornar a configuração original do Lattes consistia em dois satélites diferentes, um voltado para astrofísica (Mirax) e outro para observação da Terra (Equars).

O planejamento das duas missões, separadas, havia começado em 2000. Contudo, uma mudança estratégica do programa sugeriu a combinação das duas numa só, o que gera uma configuração curiosa: a parte de cima do satélite passará o tempo todo olhando para o céu, enquanto a de baixo estará sempre mirando a Terra.

Os dispositivos das duas missões estarão embarcados na chamada Plataforma Multimissão (PMM), uma espécie de "carcaça de satélite genérica" que pode ser usada para propósitos diferentes.

Editoria de arte/Folhapress

Não será a primeira missão da PMM (que deve ser usada inicialmente pelo satélite de monitoramento Amazônia-1), mas a ideia é que se torne a primeira a ter o sistema de controle de atitude (que determina a orientação da nave no espaço) desenvolvido totalmente no Brasil.

O Lattes fará uma varredura do céu em busca de sinais de fontes de raios X. Essa radiação altamente energética costuma vir de objetos astrofísicos interessantes e misteriosos, como os buracos negros, e seu estudo pode ajudar a identificar a natureza de diversos fenômenos ainda pouco compreendidos.

Um dos aspectos interessantes da missão é que ela fará um monitoramento constante de grande parte do céu em busca dessas fontes. "O fato é que o céu em raios X é supervariável e até hoje nenhuma missão fez um acompanhamento sistemático", diz Braga. "Vamos monitorar o comportamento transiente, em todas as escalas de tempo, de segundos a meses."

Com isso, espera-se fazer descobertas na dinâmica de objetos como buracos negros, identificando, por exemplo, o processo de acreção.

Buracos negros são objetos tão densos que nada consegue escapar de sua gravidade, nem mesmo a luz. Os raios X são emanados de suas imediações, onde costumam se formar discos de acreção --material prestes a ser engolido pelo objeto. Com o Lattes, será possível investigar a fundo esse processo.

VERSATILIDADE

Enquanto os detectores de raios X --desenvolvidos pelo Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, nos Estados Unidos-- ficam apontados para o céu, outros instrumentos, destinados a monitorar a atmosfera terrestre, ficam apontados para baixo.

A disputa entre duas missões concorrentes num mesmo satélite poderia se tornar um problema, mas nesse caso tudo confluiu bem, segundo João Braga.

"Tivemos de mudar um pouco nossa estratégia de observação. Antes, quando o Mirax era uma missão solo, a ideia era observar a região do centro da galáxia de forma fixa. Mas agora, para conciliar com as necessidades do Equars, que precisa estar apontado para a Terra, vamos fazer um monitoramento móvel de mais da metade do céu."

Segundo o pesquisador, a mudança não ocasionou perda científica. "Embora, para um alvo específico, você tenha menos tempo ininterrupto de observação, você passa a ter uma região do céu muito maior."

O Lattes deve ficar a cerca de 650 km de altitude, numa órbita com 15 graus de inclinação, com relação ao equador terrestre. O satélite, com seus 500 kg, deve ser lançado por um foguete estrangeiro, contratado comercialmente.

Nenhum dos lançadores que poderiam partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, tem a configuração certa para fazer o serviço. Para o brasileiro VLS, o Lattes é pesado demais. Para o ucraniano Cyclone-4, é leve demais.


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 08/04/2012

Comentário: A verdade leitor é que parece que essa matéria foi paga pelo governo DILMA com intuito de fazer propaganda e amenizar as críticas quanto a sua atuação, ou melhor, quanto a falta de atitude para com o Programa Espacial Brasileiro. Não que o INPE não tenha capacidade e conhecimento para desenvolver esse satélite científico que inicialmente estava planejado para 2012, passou para 2015 e agora para 2017. Entretanto, com atual atitude do governo e de sua equipe econômica quem em sã consciência acha que esse satélite irá ser desenvolvido e lançado 2017? Ora, faça-me uma garapa. E outra, se o governo realmente tivesse compromisso com o PEB, esse satélite não teria de ser lançado por um lançador estrangeiro, pois poderia perfeitamente ser lançado pelo VLS Alfa, projeto que infelizmente não decola por causa desse governo de m...

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