PEB Evolui com Lançamentos de Satélites

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada hoje (04/03) no “Portal TERRA” destacando que o Programa Espacial Brasileiro evolui com lançamentos de satélites.

Duda Falcão

CIÊNCIA - ESPAÇO

Notícia

Programa Espacial Brasileiro
Evolui com Lançamentos de Satélites

04 de março de 2012 - 08h38

Se durante a Guerra Fria a corrida espacial envolvia apenas os Estados Unidos e a antiga União Soviética, atualmente esse quadro apresenta mudanças. "Naturalmente, as grandes potências estão recebendo concorrência de outros países, mesmo que atualmente o mercado aeroespacial seja basicamente dominado por Rússia, Estados Unidos e Europa. Assim, países como Ucrânia, Índia e China estão entrando nessa disputa também", afirma o professor de engenharia mecânica da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Gurgel Veras.

Dentro desse aumento de importância dos países emergentes no mercado aeroespacial, qual o papel do Brasil? "O País está entrando no mercado em um nicho, lançando satélites comerciais em órbitas mais baixas, mas com a vantagem de ter a melhor posição geográfica para a atividade. Nós podemos lançar sete satélites por ano, no máximo, e não temos condições de fazer o lançamento de satélites muito grandes", detalha Veras.

Para entender o avanço da participação do Brasil na área é preciso voltar às origens da Agência Espacial Brasileira (AEB), fundada em 1994, durante o governo Itamar Franco, para substituir a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE), com caráter militar, criada na década de 1970. Com o fim da Guerra Fria e da bipolaridade entre Estados Unidos e União Soviética, muda o contexto mundial e surge a necessidade do País ter um órgão de instância civil para lidar com a cooperação internacional na área espacial, que até então era responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entidade focada principalmente na área de pesquisas.

Inicialmente, a AEB era vinculada diretamente à Presidência da República, mas, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, passou a fazer parte do Ministério da Ciência e Tecnologia, enfrentando dificuldades para coordenar, com cerca de 50 pessoas, o projeto espacial de um país com pouca experiência na área. "A agência enfrentou vários problemas para exercer a tarefa de executar a política espacial brasileira, pois precisava de gente especializada, o que conseguiu pouco no início, fator determinante para que não tivesse muita força durante vários anos. Com a crise no governo FHC, as verbas diminuíram, e só depois, por volta de 2004, à situação começou a melhorar, com mais verba do que antes", relata José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB.

Atualmente, após projetos de parceria com potências e empresas estrangeiras nas décadas de 70, 80 e 90, com um projeto de cooperação com a China - iniciado em 1988, interrompido durante o governo Collor e retomado na gestão seguinte - o País tem planos de aumentar suas atividades espaciais. Dentro dessa diretriz, estão fora de cogitação interesses militares e tentativas de explorar o espaço ou mandar o primeiro brasileiro à Lua.

"Em 1988, o Brasil fez um acordo de assessoramento remoto com a China, e, desde então, lançamos três satélites - em 1999, 2003 e 2007. O próximo, CBERS 3, deve ser lançado em 2012 e, em 2014, será lançado o CBERS 4. A nossa grande missão é aumentar consideravelmente a atividade espacial brasileira: enquanto cinco satélites foram lançados em 19 anos, nós queremos lançar quatro em quatro anos. Missões à Lua, por exemplo, não são nossa prioridade, e o programa espacial brasileiro na era civil não tem fins militares, tampouco temos programas tripulados. A atividade espacial tem de atender às necessidades do País, melhorando o desempenho da indústria e a vida das pessoas. Se no passado, o poder militar foi indispensável para um país se tornar uma grande potência, hoje isso provavelmente não é mais verdade", conta Monserrat Filho.

Gurgel Veras afirma que, apesar de não ter interesses de realizar viagens à Lua, o País tem recursos para criar o seu próprio satélite e crescer dentro do quadro espacial mundial. "O Brasil quer se colocar entre as dez maiores potências da área, e, para isso, é necessário ter um programa espacial, pois todas as demais têm, mudando a imagem que ainda passamos de país agrícola e atrasado nesse quesito", analisa.

Diferentemente do Brasil, a China segue firme em seu objetivo de mandar um homem à Lua entre 2020 e 2030. Mas, depois de tantas expedições que já mostraram tudo o que se poderia saber sobre o solo lunar, qual a necessidade real de uma viagem tripulada ao satélite? "Os chineses querem ir à Lua simplesmente para mandar uma mensagem política e econômica ao mundo de que só eles e os Estados Unidos foram lá, e que eles são tão bons quanto os americanos. É muito mais para se posicionar como uma liderança mundial, é pura propaganda; e como não falta dinheiro a eles, a China vai mesmo mandar um homem para a Lua", declara o professor de Engenharia Mecânica da UnB.

Outras potências da área, como os russos, apesar de poderem, não têm interesse em tripular uma viagem à Lua. "Eles não se interessam por isso. Se quisessem, já teriam conseguido também. Com um pouco de tempo, eles poderiam mandar uma nave para o espaço e depois mandar suprimento para lá, mas não é algo que lhes parece importante", afirma Veras.

Além dos interesses ambiciosos dos ricos países emergentes, o professor aponta outras interessadas em crescer dentro do setor aeroespacial. "Novas empresas americanas, criadas por bilionários da internet, como o cofundador da Space X Elon Musk, estão entrando com tudo no mercado, fazendo contato com a NASA (a agência espacial americana) e produzindo foguetes poderosos", assegura.


Fonte: Portal TERRA - 04/03/2012

Comentário: Na verdade leitor o título dessa matéria serviria como um bom tema para um episodio da antiga série de televisão americana criada por Rod Serling, “The Twilight Zone”, ou como ficou conhecida no Brasil, “Além da Imaginação”.

Comentários

  1. Parece que esse povo vive em outro mundo! O programa espacial brasileiro quase não evolui desde do fim do regime militar! Estamos estagnados no mesmo lugar! A cooperação com a china só foi bem sucedida para os chineses onde absorveram a tecnologia que não detinham em certas áreas e não repassaram nada para o Brasil!

    Prova disso é os longos atrasados do satélite Amazônia 1! O qual também não está ocorrendo transferência de tecnologia por parte das empresas argentinas!

    O Brasil ainda não domina e não dominará se continuar assim em um futuro próximo a AOCS do satélite!

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  2. Olá Mensageiro!

    Veja bem amigo, concordo quando diz que essa gente vive em outro mundo e que não estão antenados com a realidade. Entretanto, no caso do acordo com a China não é bem assim, é verdade que não avançamos como poderíamos avançar, mas esse acordo proporcionou a diversas empresas brasileiras desenvolverem tecnologias que antes não dominavamos e hoje dominamos. Quanto ao Amazônia-1 os atrasos são em sua maioria por conta da falta de recursos adequados e de algumas tecnologias que não dominávamos e estamos buscando desenvolver já que não consegimos comprar. O desenvolvimento do ACDH (acredito que seja esse o subsistema que você se referiu) do Amazônia-1 pela INVAP argentina em parceria com o INPE está de vento em popa e em fase final de desenvolvimento. Durante quase três anos um número bem expressivo de técnicos e pesquisadores do INPE participaram do desenvolvimento deste subsistema initerruptamente na sede da empresa em Bariloche e com o fim do acordo restará ao INPE instalar um laboratório no Brasil para o desenvolvimento desses subsistemas no país com o conhecimeto adquirido na INVAP. O mais provável é que esse laboratório seja instalado no Laboratório de Sistema Inerciais do IAE recentemente inaugurado.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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