INPE Planeja Dar Continuidade aos Estudos na Antártica
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (28/02) no site do jornal
“O Globo” destacando que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) devido
a perda da Estação Comandante Ferraz, apresentou ontem 29/01 um plano emergencial
ao ministro Marco Antonio Raupp visando a continuidade de suas pesquisas na Antártica.
Duda Falcão
PAÍS
INPE Planeja Dar Continuidade
aos Estudos na Antártica
Com equipamentos salvos, instituto apresenta
Plano ao Ministério de Ciência e Tecnologia
CESAR BAIMA
Publicado em 28/02/2012 - 22h34
Atualizado em 28/02/2012 - 23h52
RIO - O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
apresenta nesta quarta-feira ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação,
Marco Antonio Raupp, um plano emergencial para a continuidade de suas pesquisas
na Antártica após a perda da Estação Comandante Ferraz (EACF). Todos os
laboratórios e instrumentos do instituto estavam em módulos isolados e são
praticamente tudo o que restou em termos de equipamentos científicos após o
incêndio que destruiu a maior parte da base brasileira no último sábado.
Segundo Ronald Buss de Souza, chefe do Projeto Antártico
do INPE, a prioridade será realocar ou reativar o que for possível, já que os
equipamentos dependiam do fornecimento de energia pelos geradores da Comandante
Ferraz para funcionar e estão parados desde o incêndio.
Equipamentos Podem Ir para Estações de Países Amigos
O que não puder ser transferido e posto para funcionar
nas estações de países amigos próximas à Comandante Ferraz, como a Eduardo Frei
(Chile) e a Jubany (Argentina), será trazido de volta para o Brasil ou
instalado em Ushuaia, no extremo sul da Argentina..
- Por conta da tradição da participação do INPE no
Programa Antártico Brasileiro, em que atuamos desde o início, tínhamos uma
certa liberdade para construir e instalar nossos próprios módulos - conta. -
Assim, tivemos essa sorte de eles estarem isolados e não terem sido afetados
pelo incêndio. Todos estavam funcionando perfeitamente, mas, por falta de
energia, eles não estão mais conseguindo operar.
Souza adiantou que já em 20 de março técnicos do
instituto seguirão em voo previsto pela Marinha para a área da EACF, onde
instalarão painéis solares e turbinas eólicas no módulo Meteoro, um dos que
ficavam mais próximos da estrutura principal da estação destruída pelo fogo. O
módulo abriga uma estação meteorológica automática que será religada e retomará
a coleta de dados, usados pela Organização Meteorológica Mundial e pelo próprio
instituto para alimentar modelos numéricos de previsão do tempo e do clima na
região e na América do Sul.
- Com o incêndio, tivemos uma interrupção nas séries
temporais dos dados - diz. - Diante da perspectiva de que a estação Comandante
Ferraz não vai voltar a funcionar pelo menos nos próximos dois anos, estamos
buscando alternativas para que essa interrupção seja a menor possível e
possamos dar continuidade aos trabalhos.
Ainda segundo Souza, o módulo Ozônio, vizinho do Meteoro
e que estuda o comportamento da camada de ozônio na atmosfera sobre a Antártica
e o impacto da radiação ultravioleta no ambiente e seres vivos da região,
deverá seguir para a base chilena de Eduardo Frei. Além do Meteoro e do Ozônio,
o INPE mantém na região da EACF os módulos Ionosfera, a aproximadamente 300
metros da estação, e o Alta Atmosfera, a cerca de um quilômetro de distância. O
primeiro estuda o impacto da atividade solar na alta atmosfera, e o segundo,
dotado de um radar e instrumentos ópticos, faz o levantamento dos movimentos da
atmosfera da Antártica em direção à América do Sul.
Souza destaca que outra preocupação do plano é com a
integridade dos equipamentos do instituto, avaliados em mais de US$ 1 milhão.
- No momento do incêndio, nossos técnicos estavam
trabalhando na preparação dos equipamentos para enfrentar os rigores do inverno
antártico - lembra. - Isso, no entanto, levava em consideração que uma equipe
brasileira, o grupo-base, permaneceria no local durante o inverno, podendo
atuar em caso de falha ou ameaça à integridade dos equipamentos. Como não
teremos mais isso e não podemos deixá-los à mercê das intempéries, o que não
puder ser realocado ou será trazido de volta para o continente, aqui no Brasil,
ou instalado em Ushuaia, na Argentina.
Fonte: Site do Jornal O GLOBO - 28/02/2012
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