MIRAX - I Missão Espacial Brasileira de Obs. do Universo

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje dia (15/09) no site do Instituto Nacional de Estudos do Espaço (INEspaço) fazendo uma descrição da “Missão MIRAX (Monitor e Imageador de Raios X)" que é parte integrante do Satélite Científico Lattes com previsão de lançamento para 2016.

Duda Falcão

MIRAX - Uma Missão Espacial
Brasileira para Observações
do Universo em Raios X

15/09/2011


O MIRAX (Monitor e Imageador de Raios X) é a primeira missão de Astrofísica Espacial em desenvolvimento no Brasil. Em tempos nos quais grandes potências como os Estados Unidos e a União Européia estão cancelando a maioria das grandes missões espaciais científicas por conta da crise econômica global, uma oportunidade singular se abre para o Brasil. É chegada a hora de passarmos a contribuir de forma competitiva para gerar conhecimento científico a partir de observatórios brasileiros no espaço.

O MIRAX é um observatório espacial de raios X provenientes de fontes cósmicas. É nessa faixa do espectro eletromagnético que se manifestam os fenômenos mais energéticos e explosivos do universo. Em geral, os objetos astrofísicos que emitem raios X estão associados a objetos altamente compactos, tais como estrelas de nêutrons e buracos negros, a matéria a altíssimas temperaturas, ou a ambientes de campos magnéticos extremamente intensos. A observação e o monitoramento desses objetos, que em geral apresentam emissão altamente variável, têm se mostrado de importância crucial para a astrofísica ao longo das últimas décadas e só podem ser feitas a partir do espaço em virtude da absorção dos raios X pela atmosfera da Terra.

Essencialmente, o MIRAX é constituído por um conjunto de 4 câmeras imageadoras de raios X em fabricação no INPE, utilizando detectores de raios X de última geração desenvolvidos pelo Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), com participação de várias outras instituições de primeira linha como UCSD, MIT, Caltech, Goddard Space Flight Center, UC Berkeley e Universidade de Nuremberg. Os instrumentos do MIRAX serão montados a bordo do satélite Lattes, que é baseado na Plataforma Multi-Missão (PMM) do INPE. A massa total do satélite será de 500 kg, com lançamento previsto em 2016 para uma missão de 4 anos numa órbita circular equatorial a 650 km de altitude.

O MIRAX será capaz de realizar um levantamento sem precedentes de fontes transientes de raios X através de uma estratégia de varredura de 1/3 do céu a cada órbita e 1/2 do céu a cada dia. A combinação das 4 câmeras do MIRAX produz imagens de 60 x 60 graus com resolução de 5 minutos de arco na faixa de 5 a 200 keV. Os detectores de raios X (baseados em ligas de CdZnTe) estão em estágio avançado de desenvolvimento no CfA e contam com a participação de estudantes e engenheiros do INPE. Um protótipo do MIRAX, o protoMIRAX, está sendo desenvolvido com recursos do INCT de Estudos do Espaço e do CT-Espacial via FINEP, com a participação da empresa COMPSIS de São José dos Campos. Na fase atual, também estão sendo desenvolvidos softwares para simulações do comportamento das câmeras no espaço, para tratamento dos dados a bordo, e para validação e verificação de todo o sistema.


Fonte: Site do Instituto Nacional de Estudos do Espaço (INEspaço) - http://www.dfte.ufrn.br/inespaco/

Comentário: Apesar da grande importância dessa missão para classe astronômica brasileira e de já haver alguns equipamentos em desenvolvimento, nada garante que a mesma vai sair do papel. Exemplos existem que indicam isso e são bem recentes. A própria missão já é um exemplo, pois anteriormente era um satélite (com o mesmo nome) previsto para ser lançado por volta de 2007 e foi modificado para uma missão a ser incluída no satélite Lattes com outro projeto de satélite também transformado em missão, o EQUARS. Não podemos esquecer também do FBM (Microsatélite Franco Brasileiro) que já contava com equipamentos alguns finalizados e outros em desenvolvimento que segundo informação oficial foi cancelado pelos franceses por contenção de verbas. Mais recentemente houve o caso do MAPSAR, que também já se encontrava em desenvolvimento e foi cancelado pelos alemães. A verdade leitor é que o poder público desse país não tem qualquer responsabilidade, seriedade ou competência no uso dos recursos públicos o que causa uma enorme perda anualmente ao erário público brasileiro. Certamente milhões e talvez bilhões de dólares são simplesmente desperdiçados pela incompetência, falta de responsabilidade e em alguns casos por pura corrupção deslavada por grande parte desses energúmenos que militam em todos os níveis nos bastidores da política brasileira. Assim sendo, a “Missão MIRAX”, tão esperada como a “Primeira Missão Brasileira de Astrofísica Espacial”, como também a “Missão ASTER” (esta com menos chance ainda) não passam ainda de um puro desejo da “Classe Astronômica Brasileira”, mas que terão um longo, difícil e desgastante caminho a ser percorrido para se tornarem realidade.

Comentários

  1. Olá , link de um artigo , que faz comparações com programa Apollo da NASA e com o Brasil de atualmente.


    http://www.forbes.com/sites/kenrapoza/2011/09/29/petrobras-as-brazils-moon-landing/

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  2. Olá André!

    Valeu pela dica amigo, mas na realidade a matéria fala sobre o pré-sal o que foge do tema do nosso blog.

    Abs

    Duda falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Pois é eu sei ,mas faz a gente refletir que sem investimento em tecnologia ,um pais não vai para frete ,os americanos sempre investiram em ambas as areas ,já o Brasil só em uma, pode se dizer que Petrobras e a Era Espacial tem quase a mesma idade ,mas estão em situações bem diferentes no Brasil.

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  4. Olá André!

    Tens razão amigo, porém como você já faço essa reflexão a muitos anos. Entretanto, quem tem de fazer essa reflexão é quem tem o poder na mão e a sociedade mal informada.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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