Primeiras Fotos Tiradas da Terra Completam 50 Anos

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Segue abaixo uma matéria publicada dia (08/08) no jornal “Folha de São Paulo” destacando que as primeiras fotos da Terra tiradas do espaço completaram 50 anos em 06/08.

Duda Falcão

Ciência

Primeiras Fotos da Terra Tiradas
do Espaço Completam 50 anos

DA EFE
08/08/2011 – 10h28

O russo Yuri Gagárin ficou com todas as honras ao se tornar o primeiro homem a voar ao espaço, mas seu suplente, Guerman Titov, entrou para a história ao fotografar a Terra pela primeira vez 50 anos atrás --em 6 de agosto de 1961.

"Ao voltar, Gagárin disse que tinha visto a Terra, e todo mundo acreditou nele. Por isso, a missão de Titov era tirar imagens de nosso planeta para que todos pudessem ver", assinalou à agência de notícias EFE um dos organizadores da exposição "50 Anos de Fotografia Espacial", na galeria Fotosoyuz, em Moscou.

Titov, que ainda não tinha superado a decepção que representou para ele não ser o primeiro cosmonauta da história, pôde ver cumprido seu sonho em 6 de agosto de 1961 ao subir a bordo da nave Vostok-2 com uma câmera de cinema.

"Precisamos de você para missões mais difíceis", tinha dito vários meses antes Sergei Koroliov, o pai da cosmonáutica soviética.

O que Titov nunca imaginou é que seria famoso justamente por ser o primeiro a fazer imagens da Terra com a câmera Konvas Avtomat e alguns carretéis de 300 milímetros.

As primeiras fotos da Terra foram extraídas da rodagem realizada por Titov durante as 17 voltas que deu em volta de nosso planeta --ele, inclusive, teve tempo para dormir--, no que superou as de Gagárin, que voou 108 minutos.

"Tudo está bem, tudo está bem. Pode-se ver a Terra e um grande rio, embora haja muitas nuvens", comunicou ao centro de controle um emocionado Titov.

France Presse
O cosmonauta Guerman Titov, que tinha 25 anos quando
viajou ao espaço e tirou as primeiras fotos da Terra

PLANETA AZUL

As três históricas fotos mostram um planeta Terra de cor azul, coberto de nuvens brancas, sobre um fundo negro; um tímido amanhecer e uma imagem do guichê de onde o cosmonauta soviético tirou as imagens.

Para fazer as fotos, Titov recebeu mais de 60 horas de instrução no manejo de câmaras que o transformaram em um autêntico fotógrafo profissional.

Na exposição podem ser vistas várias imagens de Titov, Gagárin e Valentina Tereshkova, a primeira mulher a viajar ao espaço, com câmeras na mão.

Desde a proeza de Titov, a fotografia faz parte de todas as missões espaciais, como quando Neil Amstrong desceu na superfície lunar a bordo do Apolo 11 e fotografou cenários com a Lua e a Terra no mesmo enquadramento.

Mas, somente em 1972, os tripulantes do Apolo 17, os últimos que a pisar a Lua, fotografaram a Terra por completo.

Nos dias de hoje, porém, as melhores fotos não são feitas pelos tripulantes das naves russas Soyuz, das naves americanas e nem da plataforma orbital. O serviço cabe aos satélites e às sondas que protagonizam os vôos interplanetários.

Além de tirar fotos, Titov, que estava com 25 anos quando viajou ao espaço, foi o primeiro homem a sofrer vertigens devido à falta de gravidade.

Sua viúva, Tamara, comentou que Titov nunca se considerou um herói. Ele acreditava que a conquista pertencia a "todo o povo soviético", mas se sentia "orgulhoso" por ter sido um pioneiro na conquista do espaço.

"Titov foi o primeiro fotógrafo espacial. Graças a seu trabalho, soubemos quanto que a Terra é bonita. Seu vôo demonstrou que o homem podia viver e trabalhar no Cosmos", assinalou.

Sua proeza permitiu aos cientistas soviéticos comprovar que o homem podia suportar longos vôos espaciais sem sofrer alterações em seu estado de saúde e, de quebra, deu um novo golpe propagandístico nos Estados Unidos.

Em 5 de maio, o vôo suborbital do astronauta americano Alan Shepard a bordo do Freedom-7 tinha sido a resposta de Washington à façanha de Gagárin, mas sua travessia tinha durado apenas 15 minutos -- a URSS estava claramente à frente dos EUA na incipiente corrida espacial.

Titov, que continua sendo o homem mais jovem a viajar ao espaço, morreu em 2000 e apenas é recordado pelos russos, com a exceção de sua cidade natal, Polkovnikovo (região siberiana da República Altaica), que inaugurará neste sábado um museu em sua honra.


Fonte: Jornal “Folha de São Paulo” – 08/08/2011

Comentário: Uma interessante matéria sobre os primórdios da Astronáutica mundial que é importante para que os mais jovens tenho conhecimento de como tudo começou.

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