PUC Minas Desenvolve Bancada para Motores-Foguetes

Olá leitor!

A PUC Minas está desenvolvendo em parceria com a empresa mineira INOTECH uma "Bancada de Testes para Motores-Foguetes".

Esse projeto proposto está inserido dentro da linha de pesquisa de Iniciação científica na área de Engenharia Mecânica e Mecatrônica da universidade, e visa à coleta dados experimentais no funcionamento de motores foguetes.

A bancada proporcionará, aos integrantes do projeto, conhecimento na área aeroespacial, além de aplicação dos conhecimentos adquiridos no decorrer dos cursos e incentivará aos alunos seguir profissionalmente neste ramo da engenharia.

O Brasil conta somente com a bancada de testes em motores foguetes do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), que é voltada para o setor militar. Os resultados obtidos no trabalho fornecerão subsídios para projetos de motores construídos por grupos de alunos da UFMG e que, futuramente, poderá atender outras faculdades e empresas com projetos neste segmento.

Duda Falcão


Fonte: Com informações do Informativo mensal “IPUC on line” - Fevereiro de 2011

Comentário: Notícia importante para o setor aeroespacial, pois abre oportunidades para o desenvolvimento de novos motores-foguetes líquidos fora do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Entretanto, a notícia não esclarece para que tipo de motor-foguete essa bancada de testes servirá, pois o do IAE é para motor-foguete líquido de até 20kN, e já existe um projeto em andamento no instituto, com a orientação de um empresa russa, para desenvolver uma outra bancada para motor-foguete de até 400kN.  

Comentários

  1. Estava lendo esse post e fiquei realmente curioso. Qual é a dificuldade de se criar e equipar uma bancada para testes estáticos de motores de foguete ? Sou apenas um entusiasta que pesquisa a respeito. Mas é difícil de acreditar que o grupo amador Copenhagen Suborbitals consiga montar e equipar uma bancada de testes para motores de 65kN e uma instituição como a PUC e o próprio IAE encontrem dificuldades para tal. O vídeo da montagem estrutural está aqui - http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kHd4v4TErYM - E aqui vários vídeos com o resultado de um dos testes incluindo a aquisição de dados - http://www.copenhagensuborbitals.com/tm65.php

    Como um País como o nosso não consegue sequer se aproximar de um grupo amador Europeu ???

    Triste.

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  2. Olá Marcos Ricardo!

    Bom, inicialmente tudo passa pelo o interesse e comprometimento do governo no programa, coisa que não acontece no Brasil. O outro ponto a ser analisado é a dos riscos. No caso da 'Copenhagen Suborbitals' eles resolveram assumir os riscos construindo uma bancada onde os níveis de segurança não são os adotados nas agências espaciais governamentais espalhadas pelo mundo. No Brasil o problema é o governo. Veja você o caso do motor-foguete líquido L75 em desenvolvimento no IAE. O IAE encomendou a uma empresa russa de nome impronunciável por volta de 2005/06 um projeto de uma bancada de testes para motores-foguetes líquidos de até 400kN (creio que o projeto custou 800 mil euros) e ficou aguardando a ratificação pelo Congresso Brasileiro do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre os dois países, coisa que aconteceu se não me engano no final de 2008. Pois então, até hoje a bancada não pode ser construída devido a falta de recursos. Com isso o desenvolvimento do motor-foguete líquido L75 tem sido profundamente prejudicado pelo fato da bancada que o IAE possui ser para motores de até 20kN. A saída do instituto talvez seja testá-lo na Russia ou na Ucrânia.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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    Respostas
    1. Oi Duda,

      Longe de mim renegar toda a parte acadêmica da coisa, mas existem alguns fatos históricos que podem dar uma outra perspectiva a essa discussão. Ao final das décadas de 40 de 50 (quando eu nasci), não havia a tecnologia necessária para seuqer medir a segurança desse tipo de bancada, e testes estáticos foram feitos desde a época da V-2.

      Eu obviamente sou leigo e nem tenho formação acadêmica na área, mas os vídeos estão aí para quem quiser ver. Observando alguns vídeos de testes estáticos inclusive o do IAE, e comparando com o da CS, acho que a posição poderia ser outra. Será mesmo que os riscos são tão maiores na bancada da CS do que a do IAE ? Por exemplo, uma coisa bastante óbvia é o fato de a da CS ser composta por blocos de concreto enquanto que a do IAE provavelmente é de alvenaria fixa. Será que no caso de uma explosão, os blocos não ajudariam a absorver o deslocamento de ar causando uma esécie de implosão ajudando a dminuir a extensão do perímetro dos possíveis danos ? Tá aí um estudo acadêmico (talvez usando simulações em computador), que poderia mudar completamente os conceitos atuais. Lembrando que o fato de ninguém ter feito isso antes não significa necessariamente que a nova alternativa não venha a ser a melhor.

      Grande Abraço.

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    2. Estou insistindo nessa discussão justamente por causa das nossas limitações orçamentárias. Quem sabe se, provado que a técnica de montagem modular não é mais arriscada que a convencional, os nossos pesquisadores consigam montar bancadas sem depender tanto de um orçamento tão mal planejado...

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  3. Caro Marcos Ricardo!

    Perdoe-me amigo, mas as coisas não são simples assim. Programa espacial é coisa muito séria e realizada por profissionais através de sistemas e métodos de segurança extremamente rígidos e mesmo assim ocorrem acidentes com mortes. Como lhe disse a 'Copenhagen Suborbitals' aceitou riscos grandes, muito devido a falta de recursos. É claro que você pode fazer muito correndo riscos como vem ocorrendo com 'Copenhagen Suborbitals', mas são riscos enormes que num eventual acidente acabou a aventura, pois ou você explode junto ou perde o apoio de quem está lhe apoiando. Programa espacial é coisa muito séria, cara e perigosa. Veja o resultado da "Operação São Luis" do VLS-1 em 2003, o IAE não seguiu algumas normas por contenção de recursos e resultou em 21 mortes. O grande problema do PEB é o governo que se recursa investir no programa e elaborar uma política séria, eficiente e comprometida com programa. Quando isso acontecer, o programa deslancha e você verá que essa desculpa orçamentário é papo furado.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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