Mercado de Satélites em Alta

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Abr. Mai. Jun. de 2010), destacando que o mercado de satélites geoestacionários esta em alta.

Duda Falcão

CAPA

Mercado de Satélites em Alta

Apesar do congestionamento,

com mais de mil satélites na órbita geoestacionária,

o crescimento de novos serviços aquece o setor

O mercado de satélites no país movimenta hoje, por ano, algo em tordo de US$ 250 milhões. Em relação a outras nações, o Brasil ainda é inexpressivo no cenário global, embora sozinho represente 40% de todo o negócio na América Latina. Já o aluguel de satélites fatura mundialmente US$ 7 bilhões, ao ano. Uma grande variedade de serviços é prestada por meio da utilização de satélites. Serviços como TV por assinatura (DHT), telefonia, rastreamento de veículos, banda larga, entre outros, são usados diariamente por uma infinidade de pessoas em todo o mundo.

Por ser um importante meio para prestação de serviços de telecomunicações e cobrirem vastas regiões geográficas, sendo ainda instrumentos essenciais para a universalização dos serviços, o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyson Villela, observa que é preciso que as empresas brasileiras da área espacial participem mais dessa atividade, não só na construção de satélites, mas também na exploração desses serviços.

Para o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Satélites (ABRASAT), Manoel Almeida, a comparação do setor com o mercado imobiliário é inevitável.

O dirigente da ABRASAT, instituição que reúne 20 associados, avalia que, atualmente, ocorre uma recuperação do mercado latino. “Historicamente nosso mercado sempre teve um preço abaixo do praticado lá fora”, comenta. Almeida destaca que a queda do dólar fez com que as tarifas nacionais fossem internacionalizadas.

O momento agora é de uma fase de renovação de frota por parte das sete operadoras que atuam no Brasil, com nove satélites geoestacionários nacionais em órbita. Mas há outros 36 satélites estrangeiros que também prestam serviços para o território brasileiro.

Expectativas – Segundo as operadoras de satélites o segmento com maior expectativa de crescimento é o de TV por assinatura. O diretor comercial da Hispamar, Sérgio Chaves, comemora o bom desempenho da empresa, que iniciou suas atividades em 2002. “Desde 2004, nosso crescimento é constante com o lançamento do nosso satélite Amazonas 1. Crescemos em média, 17% ao ano”, acrescenta.

A Hispamar, que nasceu da união da empresa espanhola Hispasat com a brasileira Oi, se tornou líder no mercado de ensino a distância, com 90% de market-share (participação no mercado) e atendimento a 500 mil usuários finais. Está posicionada no mercado de vídeo, com diversos clientes: SBT, TV Cultura, Bandeirantes, Rede Gospel e TV Adventista. A empresa investiu US$ 320 milhões no Amazonas 1, incluindo construção, lançamento e seguro. O segundo satélite, o Amazonas 2, que entrou em órbita em 2009, atende à forte demanda da telefonia celular e outros serviços, e tem 40% da sua capacidade negociada. Neste momento, a empresa se debruça sobre o projeto do Amazonas 3. “Com a entrada da Hispamar, o mercado ficou aquecido e competitivo, com a possibilidade de novos entrantes (clientes) em DTH”.

Segundo o diretor-presidente do grupo UNYCA, Eduardo Machado, a Hispamar tem uma grande participação no sucesso de seus negócios. “Por utilizarmos uma solução baseada em tecnologia via satélite, a cobertura e a alta potência do satélite Amazonas 1 nos permitiu viabilizar projetos utilizando antenas menores e com alto desempenho para o cliente final”, diz.

Diante do equilíbrio, mostrado pelo mercado, entre oferta e demanda, a ANATEL aguarda momento propício para a abertura de edital para conferir novos direitos de exploração de satélites ocupando posições orbitais notificadas em nome do Brasil. A ultima licitação ocorreu em 2007, em três etapas, com três direitos de exploração. “O que a nossa experiência mostrou é que fazer uma licitação para conceder apenas um direito de exploração é trabalhosa. Todavia, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) fará licitações quando solicitada pelos interessados”, analisa o gerente geral de satélites e serviços globais da ANATEL, João Carlos Fagundes Albernaz.

“O mercado está atualmente equilibrado entre oferta e demanda”, comenta o presidente Gustavo Silbert, da STAR ONE, operadora co sete satélites autorizados no Brasil. Conforme Silbert, as principais demandas consistem em capacidade satelital para interconexão de Estações Rádio Base de telefonia celular e para distribuição de sinais de televisão.

Cobertura – Uma das vocações das aplicações satelitais é a cobertura de grandes eventos. “Há uma expectativa de mercado que vai demandar novos espaços, mas as operadoras que possuem grandes frotas também podem fazer o deslocamento de seus satélites para atender seus clientes”, afirma Almeida, da ABRASAT.

“Eventos esportivos internacionais são geralmente atendidos por uma combinação de meios terrestres (fibra ótica) e satélites, visando conectividade internacional”, diz o presidente da operadora STAR ONE, Gustavo Silbert. “Nesse contexto, nossa controladora EMBRATEL assume tradicionalmente papel de destaque no fornecimento da solução fim-a-fim, utilizando a capacidade satelital da STAR ONE”, completa.

Luíz Otávio Vasconcelos Prates, do Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélites (SINDISAT), tem algumas sugestões para melhorar o desempenho do setor no país. Em julho, o SINDISAT deve apresentar aos agentes que regulam a atividade satelital um estudo de sugestão de política pública de atendimento à população rural. “Existem algumas hipóteses, como por exemplo, uma estação terrena de satélite de pequeno porte com todos os equipamentos e modems, com acesso em banda larga, com seu custo parcialmente subsidiado pelo Governo para casos previamente definidos”.

O setor também aponta outra dificuldade: a alta carga tributária. Mais de 40% dos serviços prestados em Telecom são tarifados. O sindicato pretende debater este assunto com seus associados. Mas, Luíz Otávio observa avanços com relação aos processos com a ANATEL, responsável pela regulamentação sobre o direito de exploração de satélite para transporte de sinais de telecomunicações. “Trabalhamos de forma coordenada e conjunta, otimizando processos a novas tecnologias e mercado”, lembra.

Para o presidente do SINDISAT, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, pode ser, em tese, uma boa alternativa para lançamentos de satélites, caso haja investimentos. “Havendo o interesse de transformar Alcântara em um Centro de Lançamento de grandes satélites, poderíamos ter preços adequados e competitivos, mas seria longo o caminho a ser percorrido”, observa.

Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 9 - Abr. Mai. Jun. de 2010 - págs. 16 e 17

Comentário: Veja bem leitor o mercado que o Brasil está perdendo de participar por causa da miopia de nossos governantes. A área de satélites como bem dito na matéria pelo diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Thyson Villela, não se restringe a construção de satélites e, portanto, a nossa participação é ainda mais inexpressiva, fazendo com que empresas multinacionais faturem e o país fique vendo a banda passar, perdendo o trem das onze, discutindo a cor da ..., falando sobre futebol e cerveja e a vaca indo pro brejo, BRAZILZILZILZIL. Lamentável!

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