Informações em Tempo Real

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada na nova edição da Revista Espaço Brasileiro (Abr. Mai. Jun. de 2010), destacando que Estações de Recepção e Gravação do INPE recebem em tempo real dados que podem ser utilizados para diversos tipos de monitoramento.

Duda Falcão

INPE


Informações em Tempo Real


Localizadas em pontos estratégicos,

Estações de Recepção e Gravação recebem dados

de satélites que podem ser utilizados para

diversos tipos de monitoramento


Raíssa Lopes/CCS


Centro de Recepção de Cuiabá (MT)

O monitoramento do desmatamento da Amazônia e o acompanhamento do processo de urbanização das cidades fazem parte do nosso cotidiano. Isso só é possível devido às imagens dos satélites de observação da Terra. Mas, como e onde esses dados chegam? Quem os interpreta e os torna acessíveis? Quais os satélites que transmitem dados sobre o nosso país?

Segundo o Chefe da Divisão de Geração de Imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ivan Márcio Barbosa, o Brasil possui duas Estações de Recepção e Gravação (ERG) de dados de satélites de Observação da Terra – uma localizada em Cuiabá (MT), e outra em Cachoeira Paulista (SP). Há, ainda, um Centro de Dados de Sensoriamento Remoto (CDSR), em Cachoeira Paulista.

Centro de Recepção de Cachoeira Paulista (SP)

Criada em 1973, a estação de Cuiabá, é responsável pela recepção dos dados dos satélites americanos Landsat-5, Aqua e Terra. “A capital matogrossense foi escolhida por ser o ponto geodésico (central) da América do Sul e porque, no local, a área de cobertura das antenas é de 100% do território brasileiro e de 85% da América do Sul”, explica Ivan. A estação possui uma antena de 10m e outra de 11m de diâmetro.

Em 2009, foi inaugurada a Estação de Sensoriamento Remoto Marinho no campus do INPE, em Cachoeira Paulista, que dispõem de uma antena de 5,4m de diâmetro, sendo responsável pela recepção dos dados dos satélites europeus Envisat (Environmental Satellite) e ERS (European Remote Sensing). A cidade foi escolhida por estar próxima ao oceano e às bacias petrolíferas do Espírito Santo (ES) Macaé (RJ) e Santos (SP). Assim como acontece na estação de Cuiabá, os dados recebidos em Cachoeira Paulista são gravados e enviados para o CDSR – também na cidade.

Os dados recebidos pelas Estações de Recepção e Gravação são gravados e transferidos para o CDSR pela internet. O Centro é responsável pelo armazenamento, processamento e distribuição das imagens de satélites recebidas. O CDSR e as Estações de Recepção e Gravação de dados de satélites de Observação da Terra possuem 35 servidores: cinco na área de gestão, 22 técnicos e oito tecnologistas, todos ligados ao INPE.

Estações – “Para que os trabalhos possam ser ampliados, o INPE necessita de mais estações e planeja instalar uma Estação de Recepção e Gravação de dados de satélites em Natal (RN) e uma em Boa Vista (RR)”, conta Ivan. A Estação de Natal será utilizada no monitoramento ambiental marinho do Nordeste do Brasil e a Estação de Boa Vista será utilizada para monitoramento do Norte do país e região do Caribe. Atualmente o projeto está em fase de levantamento de necessidades, que é feito pelo INPE. “Há o interesse. Mas ainda precisamos desenvolver o projeto, capacitar pessoas e levantar recursos financeiros”.

Para que as imagens geradas possam atender às suas finalidades, como por exemplo, a observação da Terra, é fundamental que cheguem aos usuários o mais rápido e amplamente possível. Por isso, o Brasil passou a adotar uma forma de distribuição de dados dos seus satélites gratuitamente pela internet. De acordo com Ivan, usuários de qualquer parte do mundo podem solicitar sem custo as imagens de satélites pelo site http://www.dgi.inpe.br/CDSR/. Desde junho de 2004, já foram distribuídos mais de um milhão de imagens. “O CDSR é um dos maiores distribuidores de imagens de satélite do mundo”, diz.

Alcance das Antenas do INPE

Segundo José Carlos Neves Epiphanio, Coordenador do Segmento de Aplicações do CBERS, muitas empresas passaram a oferecer serviços tendo as imagens CBERS como suporte para seus negócios. Outras iniciaram negócios no setor do sensoriamento remoto. “Isso não só aumentou a popularização do segmento como levou a competição, com a conseqüente melhoria da profissionalização do setor”, conta Epiphanio. A iniciativa brasileira foi seguida por países como os Estados Unidos e China, que passaram adotar a mesma política para satélites semelhantes. Essa política também será adotada em outros satélites da Europa. “Percebeu-se que os melhores dados são aqueles que estão prontamente disponíveis aos usuários”, explica.

O CBERS 3 já está em fase de testes e será lançado em 2011 e o CBERS 4, em fabricação, tem lançamento marcado para 2013. “Para isso, é fundamental que haja uma preparação adequada, tanto em termos de manutenção das estações de recepção, quanto em relação à ampliação da capacidade de processamento, armazenamento e distribuição do volume de dados gerados todos os dias”, completa.


Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 9 - Abr. Mai. Jun. de 2010 - págs. 10 e 11

Comentário: Como o leitor pode notar, o Brasil tem uma boa infra-estrutura de monitoramento por satélites de observação da Terra, mas que precisa ser ampliada e constantemente atualizada. Portanto, não é de se estranhar a preocupação dos profissionais do INPE com o futuro, já que como todo setor depende de decisões políticas do governo a insegurança quanto ao mesmo é muito grande, apesar de ser expressa de foram sutil por motivos óbvios.

Comentários

  1. É bacana saber que antes de ter um olho no céu, o satélite, é preciso ter o olho dele na Terra, para ler os dados. Notei que na região Sul também necessitaria de uma antena, para cobrir todo o Mercosul e o resto da America do Sul (Chile e Argentina).

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  2. Pois é Ricardo!

    A infra-estrutura é boa, os novos planos existem e são realmente necessários. O problema é se eles serão realizados ou não.

    Abs


    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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