Brasil faz Acordo com a Argentina na Área Espacial

Olá leitor!

Segue abaixo uma pequena nota publicada hoje (04/06) pelo site do jornal “O VALE” destacando que o Brasil e a Argentina fazem acordo para desenvolvimento conjunto de satélite.

Duda Falcão

Região

Brasil faz Acordo com a Argentina na Área Espacial

Países vão desenvolver novo satélite para monitorar

os oceanos e a influência do clima na vida marinha;

verba inicial chega a US$ 5 mi

Chico Pereira

O VALE

04 de junho de 2010 - 22:21

São José dos Campos (SP) - Brasil e Argentina firmaram parceria para o desenvolvimento conjunto de um satélite destinado à observação global dos oceanos, em especial o monitoramento do Atlântico nas proximidades dos dois países.

A execução será feita por AEB (Agência Espacial Brasileira) e CONAE (Comisión Nacional de Actividades Espaciales), da Argentina.

Pela parte brasileira, a responsabilidade caberá ao INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos.

O financiamento para a fase inicial dos estudos, de nove meses, está orçado em US$ 5 milhões, metade para cada país, e começa neste ano.

Denominado de Sabia-Mar (Satélite Brasil-Argentina de Informação em Alimento, Água e Ambiente), o programa irá possibilitar aos dois países a obtenção de importantes informações sobre os oceanos, principalmente o Atlântico, e suas influências no clima e atividade pesqueira.

“A costa brasileira é enorme e o Atlântico exerce importante influência no clima do país”, afirmou o coordenador de gestão tecnológica do INPE, Marco Antonio Chamon.

Aplicações

Ele destacou três importantes missões que deverão realizadas pelo Sabia-Mar, a partir do seu lançamento.

O satélite irá monitorar o comportamento e obter dados climáticos dos oceanos, o que possibilitará melhorar os modelos matemáticos de previsão do tempo no Brasil.

Outra aplicação será verificar a cor da água dos mares. Esse monitoramento permitirá aos cientistas avaliar o processo de fotossíntese proporcionando o acompanhamento da vida marinha e a capacidade de absorção e eliminação do gás carbônico pelas águas.

Chamon destacou que o satélite também irá monitorar a costa e será uma ferramenta útil para a atividade pesqueira, proporcionando ao governo a adoção de medidas para uma exploração sustentável dessa atividade.

A AEB informou que a expectativa é lançar o Sabia-Mar a partir de 2014.

INPE Faz Teste com Satélite Argentino

O INPE testa no LIT (Laboratório de Integração de Testes) o satélite argentino SAC-D/Aquarius, de aplicações científicas, etapa que precede o lançamento, previsto para o segundo semestre deste ano, nos Estados Unidos.

O satélite argentino terá a missão de estudar a salinidade do mar e detectar zonas de risco de incêndios e inundações. Os oito instrumentos que levará a bordo formarão um observatório dedicado ao estudo do oceano e da atmosfera.

Mediante a obtenção de dados de salinidade do mar, sua temperatura superficial, ventos, presença de gelo e conteúdo de umidade na atmosfera, será possível melhorar o conhecimento da circulação oceânica e sua influência no clima do planeta.

Uso

O satélite também fornecerá informação sobre o desprendimento dos gelos nas zonas polares, a umidade dos solos, os focos de incêndio e a temperatura das águas do mar, dado importante para a atividade pesqueira e para a sustentabilidade do setor.

Fonte: Jornal “O VALE” - 04/06/2010

Comentário: Na visão do jornal “O VALE” a previsão de lançamento deste satélite seria a partir de 2014, dois anos antes do previsto pela matéria do jornal “Valor Econômico” e postada aqui dias atrás (veja a nota Brasil e Argentina Terão Satélite Binacional). Sinceramente em nossa maneira de ver essa é uma previsão não só irreal como cômica, pois demonstra o total desconhecimento da imprensa brasileira sobre o atual momento em que passa o PEB e também como o mesmo é conduzido pelo atual governo. Esse programa de satélite não tem qualquer chance de ser desenvolvido e lançado em seis anos e muito menos em quatro, a não ser que haja uma mudança drástica e definitiva, jamais realizada desde a implantação do programa há 49 anos. A esperança do INPE manifestada através da mídia pelo seu competente diretor, Gilberto Câmara, de lançar um satélite por ano no período de 2010 a 2020, na realidade não passa de um roteiro de ficção fruto de sua vontade pessoal, mas que não conta com o apoio político necessário para sua realização. No setor espacial (principalmente no mercado comercial) ações cada vez mais dinâmicas são uma necessidade e não um luxo para que se possa sobreviver neste mercado altamente competitivo. Para tanto a indústria aeroespacial de cada país vale-se do apoio total de seus governos para que as mesmas possam desenvolver-se com o dinamismo que o setor exige. Bem diferente do que ocorre no Brasil e também bem diferente ao que vem acontecendo nos últimos anos na Argentina. Não é por acaso que os hermanos nos colocaram no bolso na área de desenvolvimento de satélites, apesar da grande qualificação técnica e profissional alcançada pelo INPE. Um grande exemplo do que é competência no setor espacial aliado ao apoio governamental necessário é o exemplo que a Coréia do Sul está dando não só ao Brasil como ao mundo. Menos de um ano após o fracasso de colocar o seu primeiro satélite no espaço com o foguete KSLV-1, em agosto do ano passado, a Coréia do Sul lançará seu segundo foguete KSLV-1 com um satélite abordo nesta quarta-feira (09/06) segundo a mídia internacional. Bem diferente do nosso tão esperado VLS, que fez seu primeiro vôo em 1997 (treze anos após o inicio de seu desenvolvimento), o segundo vôo em 1999 (dois anos após o seu primeiro vôo) e uma tentativa desastrada e fatídica em 2003 (quatro anos após o segundo vôo) e está previsto para fazer o seu quarto vôo de qualificação em 2014 (11 anos após a tentativa de 2003 e 30 anos após o inicio de seu desenvolvimento). Infelizmente mesmo com a total dedicação das equipes do IAE que trabalharam e trabalham ainda neste projeto (inclusive com a perda de 21 vidas) o instituto ainda não foi capaz de realizar sua missão. É culpa dos pesquisadores do IAE? Absolutamente que não, essa gente é altamente qualificada e apaixonada pelo que fazem. De quem é a culpa?

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