Brasil e Argentina Terão Satélite Binacional

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (04/06) no Jornal “Valor Econômico” destacando que o Brasil e a Argentina desenvolverão conjuntamente um satélite para observação global dos oceanos e de regiões costeiras.

Duda Falcão

Brasil e Argentina Terão Satélite Binacional

Virgínia Silveira

Valor Econômico

04/06/2010

A parceria do Brasil com a Argentina na área espacial foi ampliada, este mês, com o anúncio da retomada do projeto de desenvolvimento conjunto de um satélite pelos governos dos dois países. O Sabia-Mar, que na primeira versão, de 1996, estava projetado para obter informações sobre água, alimentos e ambiente, fará agora a observação global dos oceanos e de regiões costeiras, além de monitoramento do Atlântico nas proximidades do Brasil e da Argentina.

O projeto, estimado em US$ 200 milhões, tem prazo para desenvolvimento em seis anos. O valor será financiado em partes iguais pelos dois países. Só o lançamento do satélite custará US$ 50 milhões, sendo que o restante é destinado ao desenvolvimento, explica o coordenador de gestão tecnológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e responsável pelo satélite, Marco Antônio Chamon. Os recursos serão administrados pela Agência Espacial Brasileira e Comisión Nacional de Actividades Espaciales, da Argentina.

A missão Sabia começou em 1996 e foi revisada em 1998 com a inclusão da Espanha. Em 2000 foi suspensa com a saída da Espanha e a crise econômica na Argentina, sendo retomada em 2008.

"A idéia é que o satélite seja lançado por um foguete nacional, mas ainda não sabemos se será possível, pois o lançador brasileiro VLS tem capacidade para transportar 300 quilos, enquanto o Sabia-Mar está sendo projetado para 1,2 tonelada", disse Chamon. O Programa de Lançadores Cruzeiro do Sul, coordenado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial brasileiro, poderia ser uma alternativa ao Sabia-Mar, segundo o pesquisador, pois prevê uma família de foguetes para até 2 toneladas, mas ainda está em fase inicial de desenvolvimento.

Com o satélite binacional, Brasil e Argentina poderão fazer o mapeamento das regiões pesqueiras, ver o movimento de cardumes e as áreas mais propícias à pesca, além de apoiar atividades de exploração de petróleo, com informações meteorológicas e observar a cor do oceano para identificar as áreas sujeitas a vazamento de óleo no mar, explicou Chamon.

Fonte: Jornal Valor Econômico - 04/06/2010

Comentário: Este é um grande exemplo da falta de seriedade e comprometimento político dos governos no Brasil com o programa espacial do país. Como a matéria deixa claro o acordo para o desenvolvimento deste satélite em sua concepção inicial foi fechado em 1996 e se levarmos em conta (sem atrasos) o período de seis anos de desenvolvimento previsto desta nova concepção do satélite, ao final terão transcorrido 20 anos, ou seja, não é por acaso que os argentinos assumiram a hegemonia sul-americana neste setor. Um tempo no mínimo 13 anos acima da média mundial para desenvolvimento de satélites similares. Vale lembrar que apesar da novela deste satélite está prevista para duas décadas, a mesma não será a recordista na história do PEB, já que atualmente existem outras que já tem 30 anos e que uma delas esta prevista para ser finalizada com 32 anos em 2012. Tratar-se das novelas dos satélites “Amazônia-1” e “MAPSAR”, aprovadas na antiga Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) em 1980, ainda com os nomes de SSR-1 e SSR-2 e que por ironia do destino uma delas está sendo desenvolvido com a ajuda da INVAP argentina, como visto na matéria anterior postada aqui no blog. Este é o programa que o governo LULA vende como estratégico para sociedade brasileira. Lamentável!

Comentários