A OFMEC do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA)


Olá leitor!

Segue abaixo um artigo publicado no informativo “LNA em Dia” (núm. 11 de 23/02/2010) do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) que faz um descritivo da “Oficina Mecânica de Precisão (OFMEC)” do laboratório que é um dos responsáveis pelo grande desenvolvimento alcançado pelo Brasil no campo das pesquisas astronômicas.

Duda Falcão

Oficina Mecânica de Precisão - LNA

Osvaldo José da Silva (*)

O Brasil esta se destacando no cenário internacional no campo de pesquisas astronômicas e o LNA e o representante brasileiro em importantes projetos componentes do Telescópio SOAR.

O espectrógrafo SIFS foi o primeiro instrumento astronômico de grande porte a ser projetado, executado e montado pelo LNA. Foi necessário inovar a oficina mecânica do LNA (OFMEC), estruturando na Sede do LNA uma outra seção de mecânica de precisão e essa estrutura muito contribuiu na implantação e construção do Laboratório de Óptica, que foi responsável pelo desenvolvimento, aquisição de componentes, fabricação e montagem da IFU (Integral Field Unity) componente fundamental do SIFS. Nestes últimos 10 anos estivemos focados no desenvolvimento deste equipamento. Em nov/2009 terminamos e o enviamos ao SOAR, onde foi montado.

O segundo instrumento será o STELES, que esta na fase inicial de aquisição de materiais, ferramentas e acessórios diversos. A instituição encontra-se em fase de expansão de sua infra-estrutura, em seus diferentes laboratórios para adequar as necessidades do fomento em pauta.

A OFMEC/LNA, nos últimos anos, vem adquirindo novos equipamentos, maquinas e softwares de CAD e CAM com tecnologia de ponta. A OFMEC esta plenamente apta para a fabricação de pecas mecânicas de alta qualidade e para atender as tolerâncias e alta precisão que exigem os componentes optomecânicos destes instrumentos. Os principais equipamentos recém-adquiridos são:

Figura 1 - Centro de usinagem Veker

1 - Centro de usinagem CNC de fresamento CV-600 - Veker, mesa de 400 x750 mm, magazine com 16 ferramentas. Primeira maquina que o LNA adquiriu e que foi a alavanca para o despertar para esta nova realidade. Foi adquirida com recursos do Instituto do Milênio.

Figura 2 - Centro de usinagem Petrus 80130R

2 - Tentou-se adquirir uma outra maquina semelhante a primeira, mas que tivesse um alcance maior, isto é, usinar pecas com dimensões maiores. Conseguimos então um outro centro de usinagem CNC, também para fresamento a PETRUS 80130R - Nardine, mesa500 x 1600 mm, magazine com 20 ferramentas, que foi montada no final de 2008.

Figura 3 - Romi GL 240

3 - Vimos que estávamos deficientes no desenvolvimento de peças cilíndricas e, neste ano de 2009 adquirimos um Torno CNC GL240 - Romi com barramento inclinado, torre com 12 ferramentas e placa de 165 mm de diâmetro, que apos aquisição dos acessórios e treinamento operacional irá, de certo modo, contribuir para uma adequação melhor neste campo de desenvolvimento mecânico.

4 - Foi preciso adquirir algumas outras maquinas e equipamentos para enfatizar a manufatura da OFMEC.

4-1 - Maquina de solda Master Tig;

4-2 - Serra de fita vertical: Romarfra;

4-3 - Afiadora de ferramentas: Ricavi;

4-4 - Durometro digital: Mitutoyo;

4-5 - Centro de controle dimensional: Mitutoyo;

4-6 - Rosqueadeira pneumática: Dauer.

Figura 4 - Centro de controle dimensional – Mitutoyo

Figura 5 - Durometro digital – Mitutoyo

A OFMEC/LNA já recebeu todas essas maquinas e equipamentos e, com exceção da afiadora e do torno GL240 (que aguardam aquisição de acessórios), todos estão disponíveis para trabalho.

* Osvaldo Jose da Silva e chefe da Oficina de Usinagem de Precisão do LNA


Fonte: Informativo “LNA em Dia” do LNA - num. 11 - págs. 05 e 06 - 23/02/2010

Comentário. Este artigo comprova o porquê do grande avanço que a astronomia brasileira vem alcançando nos últimos anos. No entanto, lamentamos o pouco envolvimento desta ciência com as atividades espaciais do país. Sentimento este que o blog acredita ser compartilhado tanto pela comunidade astronômica brasileira quanto por aqueles que têm a visão do quanto esta ciência e outras ciências correlatas podem contribuir para o desenvolvimento da tecnologia espacial brasileira e do conhecimento do universo em que vivemos. Porém, infelizmente para o setor e para o país após quase 50 anos do programa espacial os responsáveis pelo mesmo ainda não tiveram esta visão. É difícil, complicado, no entanto, verdadeiro e extremamente lamentável.

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