O IEAv e os Projetos de Propulsão e Reentrada Atmosférica


Olá leitor!

A cerca de 30 anos, a Direção do antigo Centro Técnico Aeroespacial (CTA), resolveu criar, no então Instituto de Atividades Espaciais (IAE), a Divisão de Estudos Avançados, cujas atividades seriam orientadas, essencialmente, para tópicos avançados em desenvolvimento tecnológico e em ciência pura e aplicada. As atividades técnico-científicas da Divisão receberam um grande impulso, em 22 de agosto de 1977, quando foram inauguradas as instalações definitivas de sua sede.

O crescimento da Divisão de Estudos Avançados ocorreu de forma acelerada, acima das expectativas, o que exigiu um reajuste em sua estrutura, uma vez que a existente, em nível de Divisão, já não era mais suficiente para o cumprimento da missão atribuída.

Em 22 de outubro de 1981, com as novas instalações já em condições mínimas de operação, a Divisão foi autorizada a operar em nível de Instituto do CTA, com a designação Laboratório de Estudos Avançados, desligando-se da estrutura organizacional do IAE e transferindo-se para sua nova localização, no quilômetro no 5,5 da Rodovia dos Tamoios, em São José dos Campos.

Em 2 de junho de 1982, o Exmo. Sr. Presidente da República assinou o Decreto no 87.247, criando o Instituto de Estudos Avançados como parte integrante do CTA, visto que a designação de laboratório estava reservada para instalações de menor porte, com atividades muito específicas

Hoje, o Instituto de Estudos Avançados (IAEv) é um dos centros de excelência no Brasil na área de desenvolvimento de processos e tecnologias avançadas para as atividades aeroespaciais.

Atualmente o instituto vem trabalhando na busca por tecnologias prioritárias e estratégicas (algumas já abordadas aqui no blog) estabelecidas pelo Ministério da Defesa e da Ciência e Tecnologia. São elas:

EAH-E Subdivisão de Hipersônica Experimental
Chefe: Paulo Gilberto de Paula Toro (+55)(12) 3947-5412 [lattes] [email]

Propulsão Hipersônica Aspirada utilizando
Tecnologia de Combustão Supersônica

Essa tecnologia de Combustão Supersônica, inclusa na área prioritária e estratégica “Propulsão com Ar Aspirado” tem atualmente recursos financeiros proveniente de cinco fontes:

- COMAER financia o projeto “Acelerador Hipersônico de Massa” (desde 2001), coordenado pelos Pesquisadores Marco Antonio Sala Minucci e Paulo Gilberto de Paula Toro. A pesquisa visa o desenvolvimento de um veículo acelerador hipersônico capaz de produzir velocidades terminais iguais ou superiores a 8 km/s utilizando combustão supersônica;

- FAPESP financia o projeto “Investigação Experimental Preliminar em Combustão Supersônica” (processo no 2004/00525-7), coordenado pelo Pesquisador Paulo Gilberto de Paula Toro. A pesquisa visa o estudo da combustão supersônica em túnel de choque hipersônico;

- CAPES financia o projeto “Capacitação de Recursos Humanos para Desenvolvimento de Estato-Reator a Combustão Supersônica” (Programa PRÓ-DEFESA 2005), coordenado pelo Pesquisador Paulo Gilberto de Paula Toro. Os recursos estão sendo aplicados em bolsas de doutorado (1) e mestrado (5) em desenvolvimento com pesquisa na tecnologia de combustão supersônica;

- FINEP financia o projeto “Caracterização da Combustão Supersônica e Combustão de Propelentes Líquidos por meio de Espectroscopia de Emissão e Absorção”, coordenado pelo Pesquisador Alberto Monteiro dos Santos. O projeto visa desenvolver técnicas de diagnóstico em processos de combustão, inclusive combustão supersônica;

- FINEP financia o projeto “Demonstrador Tecnológico de Estato-Reator a Combustão Supersônica”, coordenado pelo Pesquisador Paulo Gilberto de Paula Toro. A pesquisa tem o objetivo de projetar e fabricar o demonstrador tecnológico à combustão supersônica, Veículo Hipersônico 14-X, a ser utilizado em teste em vôo atmosférico, em velocidade acima de 1,5 km/s e altitude de aproximadamente 30 km;

- CNPq financia o projeto “Estudo e Especificação de Foguete de Sondagem para Vôo Atmosférico do Demonstrador de Tecnologia da Combustão Supersônica”, coordenado pelo Pesquisador Paulo Gilberto de Paula Toro. A pesquisa está relacionada à especificação de foguete de sondagem, a ser utilizado como plataforma de lançamento do demonstrador de tecnologia da combustão supersônica, Veículo Hipersônico 14-X.

Propulsão Hipersônica Aspirada utilizando Laser

Essa tecnologia de Propulsão a Laser, inclusa na área prioritária e estratégica “Propulsão com Ar Aspirado” tem atualmente recursos financeiros proveniente de duas fontes:

- FINEP financia o projeto “Demonstrador de Veículo a Propulsão a Laser”, coordenado pelo Pesquisador Marco Antonio Sala Minucci. O projeto tem como objetivo a investigação experimental, em Túnel de Choque Hipersônico, do conceito de Propulsão a Laser aplicado à satelização de nanosatélites;

- FINEP financia o projeto “Laser de CO2 de 1 kW”, coordenado Pesquisador Nicolau André Silveira Rodrigues. O projeto visa o desenvolvimento de laser de CO2 de 1 kW com alta taxa de repetição visando aplicação em Propulsão a Laser;

- CNPq financia o projeto “Propulsão Aspirada Hipersônica utilizando Adição de Energia via Radiação Eletromagnética”, coordenado Pesquisador Marco Antonio Sala Minucci. O projeto tem como objetivo a realização, em Túnel de Choque Hipersônico, de investigação experimental, de Propulsão Aspirada Hipersônica utilizando Adição de Energia via Radiação Eletromagnética.

Aerotermodinâmica de Veículos Aeroespaciais
em Reentrada Atmosférica

Essa tecnologia de Aerotermodinâmica de Veículos Aeroespaciais em Reentrada Atmosférica inclusa na área prioritária e estratégica “Hipervelocidade” tem atualmente recursos financeiros proveniente da:

- AEB financia o projeto “Determinação de novas Condições de Ensaio para o Túnel T2 para o Veículo SARA”, coordenado pelo Pesquisador Artur da Cunha Menezes Filho.

Ainda, a Aerotermodinâmica de Veículos Aeroespaciais em Reentrada Atmosférica recebeu recursos financeiros proveniente da:

- AEB para realização do projeto de pesquisa, “Aerotermodinâmica de Veículos Espaciais em Reentrada Atmosférica”, coordenado pelo Pesquisador Paulo Gilberto de Paula Toro;

- AEB para realização do projeto de pesquisa, “Investigação Experimental da Aerotermodinâmica de Veículos de Reentrada”, coordenado pelo Pesquisador Marco Antonio Sala Minucci;

- FAPESP para realização do projeto de pesquisa, “Instrumentação dos Túneis de Choque Hipersônico, do Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica do IEAv/CTA, visando Investigação Experimental de Escoamentos Hipersônicos”, coordenado pelo Pesquisador Paulo Gilberto de Paula Toro.

Duda Falcão


Fonte: Site do Instituto de Estudos Avançados (IEAv)

Comentário: Como o leitor pode notar o IEAv vem desenvolvendo tecnologias com apoio da AEB/FAPESP/FINEP/CNPq/COMAER/CAPES que futuramente ajudarão muito o Programa Espacial Brasileiro. Esclarecendo ao leitor que as tecnologias que serão utilizadas pela espaçonave 14-X (seu primeiro vôo teste esta marcado para o ano de 2012) e pela plataforma SARA (o primeiro vôo de sua versão suborbital esta marcado para ocorrer em 2010) são tecnologias desenvolvidas no país, e a tecnologia de propulsão a Laser é fruto de uma parceria entre o IEAv e o Air Force Research Laboratory da Força Aérea dos EUA dentro de um programa chamado “International Beamed Propulsion Research Collaboration”, desde que o mesmo foi proposto em 2000.

Comentários

  1. Será que daria para adaptar este laser que o IEAv ta desenvolvendo para fins bélicos ? Como os EUA estão desenvolvendo.

    ResponderExcluir
  2. Olá Ramir!

    Respondendo a sua pergunta, claro que sim amigo, afinal toda tecnologia desenvolvida para área espacial é dualista. Portanto, pode ser adaptada tanto para o setor civil quanto para o setor militar. No entanto, lhe pergunto para que? O Brasil não é um país belicista e nem tem aspirações de ser. Sinceramente sou contrario ao uso da mesma na área militar, a não ser que seja absolutamente necessário e nesse caso, basta ter o conhecimento de como fazer. Apesar da tecnologia esta sendo desenvolvida em parceria pela o IEAv, que pertence a Aeronáutica, e pelo Air Force Research Laboratory da Força Aérea dos EUA, o objetivo (pelo menos do lado brasileiro) é o desenvolvimento de uma tecnologia para lançamento de satélites e futuras espaçonaves tripuladas a um custo que se estima entre 40% a 50% mais barato que os foguetes químicos utilizados hoje em dia.

    Abs

    Duda Falcão

    ResponderExcluir

Postar um comentário